Técnicos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul coletaram amostras nas fazendas onde o gado morreu. Testes devem atestar a causa da morte de quase três mil animais. Mesmo antes dos resultados, a diretora presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária (Iagro), Maria Cristina Carrijo, afirma que o frio intenso é a única explicação.
? A queda de temperatura foi muito brusca, e não há indícios de outras causas ? diz Maria.
O veterinário Valdemir Alves Oliveira, doutor em grandes animais, concorda. Ele explica que os sintomas são de pneumonia e avalia que dois fatores foram determinantes para a morte dos bovinos: a região ser muito descampada e a qualidade das pastagens. O frio e a chuva debilitaram ainda mais os animais, principalmente os mais fracos.
? Bezerros desmamados e os animais mais magros não têm gordura suficiente para proteger ? analisa Oliveira.
Ainda segundo o especialista, a infecção pela bactéria pasteurela, também apontada entre possíveis causas da morte dos bovinos, é só uma conseqüência da fragilidade causada pela pneumonia. Ele descarta qualquer possibilidade de outro tipo de contaminação.
O diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), Décio Queiroz, afirma que a tragédia pegou os produtores de surpresa.
? Foi um problema climático, não tinha o que fazer. Eu vi animal morto até em matas fechadas ? avalia Queiroz.
Ele considera também que não adianta procurar causas e culpados. Agora, o próximo passo é tentar recuperar o prejuízo que pode chegar a R$ 3 milhões. Representantes da Famasul vão tentar parceria com a Secretaria de Produção para buscar recursos subsidiados junto aos bancos para os produtores afetados.