? O dólar a R$ 1,50 não era um valor real para o câmbio brasileiro e estava provocando um problema muito grande para o país inteiro, da desindustrialização até desestímulo ao produtor ? afirma.
Segundo ele, o produto nacional tem preço de US$ 0,60 o litro no exterior, enquanto o de países como o Uruguai, a Argentina e a Nova Zelândia vale, em média, US$ 0,50 o litro.
? Vemos agora um ciclo benéfico com a correção do câmbio. Se o dólar se estabelecer entre R$ 1,80 e R$ 2, seria bom para todo o setor. A torcida é grande por isso ? complementa.
Barbosa explicou que a desvalorização do dólar ante o real estimulou as importações de lácteos e derivados, principalmente da Argentina e do Uruguai. Para ele, neste ano, mesmo com a recente alta do dólar, as importações desses itens deverão ser recordes, de um bilhão de litros de leite somente em leite em pó e queijos.
Já a balança comercial do setor deve fechar o ano com um déficit de US$ 500 milhões. Até agosto, o déficit soma US$ 300 milhões, o dobro do ano passado, segundo o presidente da ABLV.
? No caso do leite longa vida, as importações são praticamente inexistentes, mas estamos apoiando o setor e junto ao governo para que seja colocado um freio nas importações, que poderia ser pela inclusão de cotas definidas de itens oriundos da Argentina e do Uruguai ? disse Barbosa, que esperava um resultado favorável ao Brasil na reunião desta quarta, dia 28, entre representantes do governo do país e da Argentina sobre a renovação do acordo de limitação voluntária das exportações de leite argentino para o mercado brasileiro.
Para ele, uma reversão do déficit da balança comercial do setor deverá acontecer no longo prazo não somente com essas medidas, mas com o aumento da produtividade nacional.
? Temos de investir na captação do leite e pagar ao produtor um preço justo para recuperar os prejuízos que o câmbio provocou no setor ? ressaltou.