O governo ainda não tem uma solução para a crise enfrentada pelo setor leiteiro, afirmou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Ela confirmou que a importação de leite em pó foi debatida durante o encontro dos presidentes da Argentina e Brasil nesta semana, em Brasília. “Eu tinha certeza de que não teríamos, hoje, nenhuma solução. Temos um encaminhamento para construir juntos uma política mais efetiva, mais profícua, e que traga tranquilidade, principalmente ao pequeno produtor”, afirmou.
Em reunião setor realizada com o setor nesta quinta-feira, dia 17, oito entidades pediram condições melhores de competitividade em relação ao leite importado da Argentina e do Uruguai.
De acordo com os pecuaristas, custos de produção e impostos inviabilizam a concorrência. “Um implemento agrícola fabricado no Brasil é vendido mais barato para os nossos países vizinhos, por exemplo. Temos que desonerar nossa cadeia”, afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges.
O documento apresentado ao Ministério da Agricultura também pede medidas antidumping — quando há venda muito abaixo do valor praticado no mercado, com intuito de eliminar ou prejudicar a concorrência —, promoção ao consumo e estímulo à exportação.
“Vamos estipular um prazo para que a câmara setorial construa um documento com as demandas e políticas públicas para o setor de produção de leite e derivados”, disse Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), Alexandre Guerra, reconhece que as soluções propostas pelo setor demandam tempo, mas sugere que a pasta faça compras governamentais, como solução temporária.
A ministra se comprometeu novamente a construir um caminho que acabe com os problemas ocasionados, principalmente, pelo excesso de oferta do produto.
Agricultura familiar: governo estabelece limite mínimo para compra de leite