Os preços pagos ao produtor caíram no pagamento de outubro, que se refere à produção entregue em setembro. O único dado que permite um fio de esperança na recuperação das cotações é a intensidade da queda, que foi menor se comparada ao pagamento anterior.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, considerando a média nacional, o produtor recebeu R$ 1,060 por litro, sem o frete, um recuo de 2,5% na comparação mensal.
Em relação ao pagamento realizado no mesmo mês de 2016, a média dos 18 estados pesquisados diminuiu 10,0% este ano, em valores nominais.
Apesar da reação nos preços dos lácteos (principalmente o leite longa vida UHT) em outubro, os repasses para o produtor dependerão das vendas neste último bimestre.
No mais, a produção de leite aumentou em setembro no país. Para outubro, os dados parciais mostram que o volume captado deverá continuar em alta no Brasil Central e na região Sudeste e cair nas regiões Sul e Nordeste.
Ou seja, o viés baixista deverá se manter, com a produção crescente em importantes regiões (Sudeste) somada à demanda patinando na ponta final da cadeia.
Do lado da produção, houve incremento de 0,3% em setembro último, frente a agosto deste ano, segundo o Índice Scot Consultoria de Captação.
O aumento dos custos de produção, a saída dos animais das pastagens de inverno no Sul do país e as margens da atividade se estreitando para o produtor pesaram na produção de leite em outubro e deverão continuar pesando em curto e médio prazo.
Para o pagamento a ser realizado em novembro (produção de outubro), 48,0% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em manutenção dos preços do leite ao produtor, 45,0% falam em queda e os 7,0% restantes acreditam em alta nos preços do leite.
Para dezembro, o tom do mercado é de estabilidade a ligeira alta no preço do leite ao produtor.
No mercado spot (leite comercializado entre as indústrias), os preços subiram em outubro, corroborando com o cenário de que o mercado está se ajustando do lado da oferta.