Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Cade aponta cartel no mercado de leite de Pelotas

Entre os denunciados estão a Elegê, cooperativas e sindicatos da região 

Fonte: Reprodução/Canal Rurral

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pediu hoje, dia 2, em parecer, a condenação de três empresas, duas cooperativas, um sindicato e 10 pessoas por formação de cartel no mercado de leite de Pelotas, Rio Grande do Sul.

Entre os acusados estão a Elegê Alimentos, que atualmente pertence à BRF Foods, a Indústria de Laticínios Santa Silvana, a Thurmer & Leitzke, a Cooperativa Sul-Rio Grandense de Laticínios (Cosulati) e a Cooperativa dos Pequenos Agricultores e Produtores de Leite da Região Sul (Coopal). A Superintendência também sugeriu a condenação do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat) por influenciar e facilitar a formação da conduta.

O esquema foi denunciado por um produtor local em 2004. À Polícia Federal (PF), ele afirmou que a Elegê e a Cosulati forçaram a queda dos preços no ano anterior e utilizado esse fator como ameaça para o estabelecimento de um preço mínimo.

Grampos realizados pela PF mostraram que, em uma reunião ocorria em agosto daquele ano, representantes da Elegê e da Cosulati reforçaram aos demais produtores da região de Pelotas que seria uma “ótima idéia” manter o ajuste de preço mínimo no valor de R$ 1.

– As gravações demonstram que os produtores presentes tinham ciência da essencialidade do produto e da lesividade da conduta. Em trecho do áudio um dos produtores participantes da reunião diz que “o cara que vai consumir o leite C é aquela família humilde (…) R$ 0,05 ou R$ 0,10 para ele é a diferença que ele vai usar pra comprar mais um pão” – afirma nota do Cade.

O processo administrativo seguirá para julgamento pelo Tribunal do Cade. Caso sejam condenadas, as empresas poderão pagar multa de até 20% de seu faturamento no ano anterior ao instauramento do processo. As pessoas podem ter que pagar multa de 1% a 20% daquelas aplicada à empresa que trabalham. O sindicato e as cooperativas podem ser condenados ao pagamento de multa que varia entre R$ 50 mil e R$ 2 bilhões.

Outro lado

Em nota, o Sindilat afirmou que não pactua com “ações que prejudiquem a livre concorrência” e que na época das investigações “não atuou e nem tinha condições de atuar na formação de eventual cartel”. 

– O Sindilat lamenta não ter sido ouvido sobre as investigações feitas na época e, com isso, ter podido contribuir no inquérito e evitar que a má compreensão do funcionamento do mercado lácteo trouxesse interpretações equivocadas sobre os acontecimentos – afirma o Sindicato. 

A entidade afirmou que possui “certeza” que o Tribunal do Cade concluirá que não houve manipulação de preços. 

Sair da versão mobile