As fortes chuvas que castigam o Rio Grande do Sul há uma semana causam estragos consideráveis na produção de leite do estado.
O presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang, relata que a situação é crítica, com propriedades rurais isoladas por alagamentos e quedas de barreiras nas estradas.
- Confira na palma da mão informações quentes sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no WhatsApp!
A situação impede a coleta do leite, afetando o abastecimento das indústrias. “Muitas propriedades estão alagadas e sem acesso, o que significa que o leite não está sendo recolhido”, explica Tang. “Isso gera um efeito em cadeia, pois as indústrias não têm mais o produto para processar e, por sua vez, não possuem embalagens para o pouco leite que chega.”
O dirigente relata também que as propriedades já estão ficando sem combustível e alimentação para as vacas.
“Sei de propriedades, com grande número de vacas, que estão ordenhando uma vez ao dia só porque têm pouquíssimo combustível. Não conseguem buscar mais e estão tocando os geradores com este combustível. Os produtores estão fazendo alguns trajetos a pé, pegando óleo em pequenas quantidades, enquanto for possível. Temos relatos de uma enorme diminuição de ração para os animais, pois faltará o produto em alguns estabelecimentos”, conta.
Diante do cenário caótico, Tang pede ajuda imediata para a população afetada.
“Realmente é muito difícil e estamos esperando que as chuvas diminuam para que as estradas possam ser abertas, pelo menos, para dar acesso à chegada de comida, assim como também de embalagens para a indústria, e desta forma atender ao consumidor. Passou de uma enchente para uma catástrofe geral”, avalia.
O Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor de leite do Brasil, contribuindo com cerca de 12,1% da produção (4,2 bilhões de litros em média no triênio 2020-2022).