Em sentença assinada pelo juiz Ralph Moraes Langanke no dia 31 de março, Rosilei Geller, Natália Junges, Cleomar Canal, Senald Wachter e Egon Bender foram condenados por cometer irregularidade envolvendo produto alimentício, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
O produtor rural Senald Wachter adulterava leite com água para aumentar a quantidade do produto, adicionando ureia contendo formol para mascarar a fraude. Cleomar Canal, por sua vez, fazia a adulteração dentro dos caminhões da Transportadora Três C, da qual era um dos sócios. Já Rosilei Geller e Natália Junges, que trabalhavam em um posto de resfriamento, atuavam como informantes no esquema.
O também produtor rural Egon Bender foi condenado por ter fornecido notas fiscais para o transportador com valores que não correspondiam à mercadoria em questão. Segundo a acusação do MP, a remuneração pela diferença entre o volume entregue e o captado era dividida pela quadrilha – entre dezembro de 2012 e maio de 2013, teria sido de cerca de R$ 27 mil.
Cleomar Canal foi condenado a nove anos de prisão, enquanto Senald Wachter recebeu pena de oito anos e um mês e Egon Bender, de oito anos e nove meses. Já Rosilei Geller e Natália Junges tiveram a mesma sentença: dois anos e um mês. Todos, no entanto, poderão aguardar o julgamento dos recursos em liberdade.
Antes deles, João Cristiano Pranke Marx, Angélica Caponi Marx, João Irio Marx, Daniel Riet Villanova, Alexandre Caponi, Paulo Cesar Chiesa, Larri Lauri Jappe, Antenor Pedro Signor e Odirlei Fogalli haviam sido condenados em decorrência das investigações da Operação Leite Compen$ado.
Por conta das denúncias de fraude, a indústria do leite gaúcho sofreu um duro golpe, principalmente no ano passado, levando algumas empresas à falência e deixando produtores rurais sem receber pelo produto entregue, além de perder credibilidade no mercado.