Diante de consequências da disseminação do novo coronavírus pelo Brasil, como o fechamento de portos, muitos produtores se perguntam o rumo nos próximos meses de mercados de produtos agropecuários, como o leite.
O analista Rafael Ribeiro afirma que na primeira quinzena de março houve uma procura maior por lácteos em função das incertezas e maior movimentação por parte da população. Entretanto, ainda há algumas preocupações.
“Um ponto que a gente precisa analisar é a demanda pelos produtos, pensando nas escolas, que estão paradas em boa parte do país, o que pode, sim, afetar pontualmente o consumo”, afirma ele.
“Hoje, o recebimento de matéria-prima está normal, insumos também. Não temos nenhum caso de transportadores que tenham parado de trabalhar, então a única expectativa que a gente tem – ou medo – é de que possa ser fechado alguma divisa de estado para não chegar esses insumos. No Rio Grande do Sul, na verdade, grande parte dos insumos vem de fora do estado, então a gente tem essa preocupação”, afirma o secretário-executivo do Sindilat-RS, Darlan Palharini.
Segundo ele, houve uma grande perda de produção, de leite no Rio Grande do Sul em dezembro, de mais de 2 milhões de litros, por conta de uma estiagem significativa.
Em relação às importações, acredita-se que o mercado interno possa ofertar para efetivamente cobrir o déficit causado pela alta do dólar.