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Leite: custo de produção sobe quase 3% em março

Segundo a Scot Consultoria, uma alta assim não era vista desde meados de 2016

Fonte: Bruna Essig/Canal Rural

Os custos de produção da atividade leiteira tiveram uma alta de 2,7% em março. Segundo o índice da Scot Consultoria, um incremento como assim não era visto desde meados de 2016.

As altas de preços dos alimentos concentrados na primeira quinzena de março, com destaque para o milho e o farelo de soja, além dos suplementos minerais, fertilizantes e produtos para sanidade foram as causas desta variação.

Em relação a igual período do ano passado, os custos da atividade estão 2,7% menores este ano. A diferença na comparação anual vem diminuindo.

Apesar do aumento nos custos, a alta no preço do leite ao produtor foi maior em março, com isso, a margem da atividade melhorou 0,6 ponto percentual, na comparação mensal.

Preço do leite
A cotação do leite paga ao produtor rural teve alta pelo segundo mês consecutivo. De acordo com a Scot Consultoria, a média nacional ponderada dos dezoito estados pesquisados ficou em R$ 1,079 por litro, sem o frete.

O preço médio subiu 3,4% frente ao pagamento anterior, que já havia registrado aumento. No entanto, o preço vigente está 5% abaixo na comparação com o mesmo período do ano passado, em valores nominais.

A alta foi puxada pela menor oferta de leite no país e maior concorrência entre os laticínios, com a curva de produção de leite caindo desde dezembro de 2017 nas principais bacias do país. Os dados parciais apontam para queda de 2,1% no volume de leite captado em março, frente a fevereiro deste ano.

Com a menor disponibilidade de matéria-prima e o consumo reagindo na ponta final da cadeia, ainda que timidamente, os preços dos lácteos subiram no atacado desde o começo de 2018 e dão suporte às cotações na fazenda. A alta de preços na indústria foi puxada principalmente pelo leite longa vida.

Tendência
Para o pagamento a ser realizado em abril, referente a produção de março, 73% dos laticínios pesquisados pela empresa acreditam em alta do preço do leite ao produtor e os 27% restante falam em manutenção frente ao pagamento anterior.

Para o pagamento de maio, mais de 95% das indústrias no Sul, Sudeste e Centro-Oeste apontam para alta nos preços do leite ao produtor. A expectativa é de que os preços subam até pelo menos o pagamento de julho.

Em relação aos insumos, o avanço da colheita de milho e o aumento do esmagamento da soja deverão aumentar a disponibilidade destes insumos, o que poderá aliviar os custos do produtor. O único fator que pode mudar essa expetativa éo clima.

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