O preço do leite ao produtor caiu 3,7% no pagamento de novembro, referente a produção de outubro. Foi o terceiro mês de queda. Segundo levantamento da Scot Consultoria, a média nacional considerando os 18 estados pesquisados ficou em R$ 1,135 por litro, sem o frete.
Em relação a novembro de 2015, o produtor está recebendo 9,6% mais pelo litro de leite, em valores corrigidos pelo IGP-DI. Porém, a margem da atividade continua apertada, já que os custos de produção subiram 12,6% no mesmo período, segundo o Índice Scot Consultoria de Custo de Produção da Pecuária Leiteira.
Persiste a pressão da indústria sobre a cotação do leite ao produtor, com a produção aumentando gradualmente no Brasil Central e região Sudeste e em função da dificuldade de repasse nos preços nos produtos lácteos no atacado, principalmente para o leite longa vida.
Em outubro a produção média brasileira subiu 2,0% na comparação com setembro. Os incrementos na região Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste contribuíram para o cenário. Para novembro, segundo dados parciais, é esperado crescimento de 0,4% no volume.
Cabe destacar que houve queda na produção na região Sul do país em novembro e a expectativa é de que os volumes continuem diminuindo em curto prazo. Este fato deve equilibrar em parte o mercado nos próximos meses.
Apesar do crescimento da produção nacional, o índice mostra uma produção 0,8% menor que em igual período do ano passado. O pico de produção previsto deverá acontecer em dezembro ou janeiro de 2017 em algumas regiões.
Para o pagamento de dezembro (produção de novembro), 76% dos laticínios pesquisados acreditam em queda de preços ao produtor, 18% falam em manutenção e os 6% restantes acreditam em alta (todos no Nordeste).
No mercado spot, ou seja, o leite comercializado entre as indústrias, houve quedas nos preços em novembro e primeira quinzena de dezembro. Os valores máximos não ultrapassaram R$ 1,20 por litro em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, posto na plataforma.
No atacado e varejo, os preços do leite longa vida seguiram em queda nas últimas quinzenas.
Para a manteiga, creme de leite e leite condensado, a demanda mais firme neste período de final de ano deu sustentação as cotações.