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Leite segue em alta pelo terceiro mês seguido

Clima prejudicou pastagens no Sul e Sudeste, afetando a produção, o que diminuiu a oferta. Custos da atividade também influenciaram na valorização

Fonte: Divulgação/Pixabay

O preço do leite pago ao produtor subiu pelo terceiro mês consecutivo, aponta o levantamento da Scot Consultoria. A média nacional, com base em 18 estados pesquisados, é de R$1,098 por litro, sem o frete.

Os aumentos mais expressivos ocorreram no Sul e Sudeste, onde o clima mais seco começa a prejudicar a qualidade das pastagens, além dos aumentos dos custos de produção.  

Os dados parciais do Índice Scot Consultoria de Captação apontam para queda de 2,0% no volume de leite captado no país em abril frente a março deste ano. Desde o pico de produção, em dezembro de 2017, o volume captado recuou 8,7%, segundo o indicador.

Com a menor disponibilidade de matéria-prima aumentou a concorrência entre os laticínios nos últimos meses. Somado a isto, as recentes altas de preços dos lácteos na indústria permite o repasse para o produtor, mesmo com a demanda reagindo mais lentamente que o previsto.

“Um ponto importante, e que retrata esta retomada mais fraca do consumo, foi que o preço do leite longa vida recuou na segunda quinzena de abril, depois de um período de recuperação”, argumenta a analista de mercado Juliana Pila. Por outro lado, alguns mercados ensaiam uma recuperação, ainda que timidamente, como é o caso dos queijos.

Para o pagamento a ser realizado em maio, referente a produção de abril, 74% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em alta do preço do leite ao produtor e o restante fala em manutenção frente ao pagamento anterior. A intensidade desta alta, porém, deverá ficar abaixo das últimas variações, segundo a maioria das empresas consultadas, e dependerá da intensidade da recuperação do consumo na ponta final da cadeia. A expectativa é de que os preços subam até pelo menos o pagamento de julho.

Gastos

Os custos de produção da pecuária leiteira subiram 1,2% em abril em relação a março deste ano. Frente a igual período do ano passado, os gastos da atividade também estão maiores, 0,4%.

O aumento nos preços dos alimentos concentrados foi o que mais pesou na alta do índice, com destaque para o milho e farelo de soja.

Apesar disso, as variações nos preços do leite pago ao produtor foram maiores nos últimos meses, fato que tem mantido as margens da atividade.

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