Para manter o mercado lácteo equilibrado nos próximos dois anos, as principais entidades representativas da cadeia no Brasil lançaram um manifesto com reivindicações consideradas estratégicas. Os alvos são os governos federal e estadual gaúcho. O documento foi produzido durante o Congresso Internacional do Leite, que acontece nesta semana em Porto Alegre (RS).
Para a União, os pedidos envolvem abrir imediatamente negociações para restringir a importação de lácteos oriundos do Mercosul, principalmente do Uruguai, por, no mínimo, dois anos; rever o acordo de livre comércio com o Mercosul; agilizar a habilitação de plantas industriais de laticínios para exportação a grandes mercados compradores, como o da Rússia; e que sejam realizadas compras governamentais de leite em pó continuadamente.
Ao governo estadual, é pedida a manutenção dos atuais níveis dos créditos presumidos e de alíquotas de ICMS do setor lácteo.
Quanto ao mercado interno, a preocupação das entidades é o aumento de importação de lácteos do Uruguai, que neste primeiro semestre foi 199% maior que a média de igual período de 2011 a 2014. Além disso, foram destacadas a fragilidade do setor exportador e a dificuldade de acesso a mercados mundiais.
O manifesto ainda cita a conjuntura de recuo dos preços do leite em pó no mercado externo e o efeito de ampliar as importações no segundo semestre. Há temor de que o preço do leite que entrar por litro seja inferior ao praticado no país, o que levaria à necessidade de o governo federal efetuar compras substanciais do produto.