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Pequenos produtores investem em genética para aumentar a produção de queijo

Investimentos em rebanho mestiço apresentam resultado já na primeira geração de bezerras

É com um rebanho de 80 vacas em lactação que a família Lievore produz queijo no interior do Espírito Santo, na cidade de Colatina. A produção do laticínio Reserva dos Imigrantes, já reconhecida em todo o estado, ganhou reforço nos últimos dois anos quando os pequenos produtores resolveram investir em genética para aumentar a qualidade do leite e o volume de produção.

“Quando tomamos a decisão, recebemos muitas críticas de outros produtores que afirmavam que, por sermos pequenos, não deveríamos investir em inseminação e sim comprarmos animais já prontos. Mas fomos irredutíveis porque queríamos melhorar nosso rebanho com a certeza de procedência. Hoje, vemos que tomamos a decisão certa”, conta a produtora Karla Lievore.

A certeza vem com o nascimento das primeiras 104 bezerras frutos desse trabalho. “A diferença é muito grande. Percebemos pelo acabamento dos animais em termos de úbere, pernas, garupa e pelagem”, comemora. E o principal benefício deve aparecer dentro de um ano e meio, quando o melhoramento começar a interferir na produção de leite. “Queremos passar da média de 15 quilos para 20 quilos de leite por vaca, ao dia”, anuncia a produtora, acrescentando que as metas a longo prazo são ainda maiores já que não pretende parar de inseminar.

No rebanho mestiço, a família utilizou sêmen da raça holandesa PO de touros como Aftershok. A intenção é, aos poucos, chegar a animais girolando Ÿ e 7/8 totalmente adaptados às altas temperaturas e relevo acentuado da região. “Focamos a escolha dos touros em stayability, sólidos e resultados na IATF. A topografia acidentada com produção em pastagens e clima quente úmido exige vacas fortes, profundas e com boas pernas e cascos”, comenta Breno Dalla Maestri, médico veterinário que atende a família Lievore.

Karla conta que a expectativa e o otimismo são grandes. “Estamos esperando ansiosos as próximas gerações. A cada bezerra que nasce na fazenda é uma alegria”, conta sorridente. Advogada por formação, há 10 anos Karla Lievore deixou a carreira para ajudar o pai, o Sr. Antônio, no comando da fazenda. O irmão Iran também ajuda no trabalho. Já a cunhada Andressa e a mãe Ermínia são quem gerenciam a produção de queijos. Os dois produtos Reserva dos Imigrantes – tipo Minas e Ricota – são vendidos em cerca de 90 lojas na região da Grande Vitória. 

“Acreditamos que o melhoramento genético vai aprimorar ainda mais esse trabalho feito com tanta dedicação e envolvimento der toda a família”, conclui a produtora.

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