O índice mensal de preço do leite ao produtor recuou 5,44%, no Rio Grande do Sul, a R$ 1,092 em novembro ante R$ 1,1548 em outubro. O valor é medido pelo Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do estado (Conseleite). “Essa instabilidade é terrível para o produtor e para a indústria”, argumentou o presidente da entidade, Pedrinho Signori.
A queda dos preços pago ao produtor reflete a baixa de diversos derivados, segundo o professor da Universidade de Passo Fundo, Eduardo Finamore.
O leite condensado registrou declínio de 11,84%, enquanto o leite UHT teve recuo de 9,66%. O recuo foi parcialmente compensado pelo leite em pó, que teve redução de apenas 0,38%.
Apesar de os preços estarem em queda, o pesquisador ressalta que os valores nominais obtidos em 2018 para os principais produtos do mix (leite UHT, leite em pó, requeijão, queijo prato e iogurte) são os maiores da série histórica do Conseleite, que compara valores desde 2006.
“Considerando a correção da inflação, o preço de referência no acumulado de 2018 está 14,39% maior do que o praticado no mesmo período de 2017”, destaca Finamore.
Para o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), Alexandre Guerra, o movimento do setor acompanha a pressão nos preços do varejo.
“O setor precisa ganhar competitividade, mas a indústria não tem como absorver a redução sem reportar parte dela ao produtor. É a regra do mercado”, avalia o executivo.