O preço do leite pago ao produtor encerram 2018 registrando a quarta queda consecutiva – o movimento de baixa foi iniciado em setembro em todas as regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A “média Brasil” líquida de dezembro, referente à captação de novembro, fechou a R$ 1,2344 por litro, redução de R$ 0,13 ou de 9,4% em relação ao mês anterior.
A baixa no campo esteve atrelada à desvalorização do leite no mercado à vista e do UHT verificadas em novembro. A movimentação desses derivados em um mês influencia o valor do leite ao produtor a ser negociado no mês seguinte. Nesse sentido, da primeira para a segunda quinzena de novembro, a média do leite À vista em Minas Gerais, por exemplo, recuou 8,4%.
No caso do UHT negociado entre indústrias e atacado do estado de São Paulo, o preço caiu 14,8%, ou R$ 0,37, de outubro para novembro.
Atacado e varejo forçaram a desvalorização do leite UHT, em uma tentativa de aquecer a demanda em novembro. Além disso, os preços também têm sido influenciados por certa especulação de agentes do mercado.
A percepção é de que a produção está se elevando consideravelmente, mas os volumes amostrados pelo Cepea de outubro para novembro indicam crescimento controlado, estabilidade e até mesmo redução em algumas regiões.
Essa limitação da oferta, por sua vez, se deve ao aumento dos custos de produção. Nos últimos meses, houve alta nos preços de importantes insumos da atividade, como a ração (como milho e farelo de soja), sal mineral, combustíveis e adubos.
Segundo o Cepea, os volumes negociados no mercado à vista entre novembro e dezembro foram menores, o que, inclusive, influenciou uma elevação nos valores nesta última quinzena do ano. Além disso, não há estoques consideráveis de leite UHT, já que as indústrias têm como estratégia processar outros lácteos.
Tendência
O movimento de desvalorização do leite ao produtor deve se manter em janeiro. No entanto, as recentes altas das cotações do mercado à vista e do UHT devem influenciar os preços no campo e podem, dependendo dos volumes de produção, segurar a intensidade da queda.
A expectativa é de que os valores iniciem o ano acima dos patamares observados no começo de 2018, mas abaixo dos negociados em janeiro de 2017.
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