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Preço do leite ao produtor recua 17% em janeiro

Valor do produto está em queda desde junho de 2014Com estoques altos nos laticínios desde o final de 2014 e retração na demanda devido, principalmente, às férias escolares, os preços do leite pagos ao produtor recuaram novamente, e com força, em janeiro em todas as regiões, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). 

movimento de queda persiste desde junho do ano passado e já diminuiu a “média Brasil” (GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA) líquida (valor recebido pelos produtores) em 17% – esta média é ponderada pelo volume captado no respectivo mês nos Estados que a compõem.

Em janeiro, a “média Brasil” líquida, não inclui frete nem impostos, foi de R$ 0,8446 por litro, redução de 5,8% ou de 5,2 centavos de Real por litro na comparação com dezembro de 2014 e de 10,8% em relação a janeiro de 2014, em termos reais (deflacionados pelo IPCA de dezembro de 2014). O preço bruto médio (inclui frete e impostos – pago ao produtor) foi de R$ 0,9292 por litro, queda de 5,3% ou também 5,2 centavos frente ao mês anterior.

A captação do leite pelos laticínios/cooperativas em dezembro de 2014 teve alta menos expressiva (+0,66%) que em novembro, de acordo com o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea). A Bahia teve a maior elevação, de 9%, seguida pelo Rio Grande do Sul (2,49%) e Goiás (1,40%). A única queda ocorreu no Paraná (-2,10%). Segundo o Cepea, as chuvas que deveriam ocorrer nesta época do ano em Minas Gerais, Goiás e algumas regiões de São Paulo ainda estão abaixo do esperado, limitando a qualidade dos pastos e consequentemente a produção leiteira.

De acordo com o Cepea, a queda nos preços não surpreendeu agentes do setor consultados. Muitos estavam atentos aos elevados estoques de leite que, segundo representantes da indústria, começam a diminuir, inclusive porque alguns laticínios adotaram a estratégia de “desacelerar” a captação. Dados do Cepea mostram que os percentuais de aumento da captação registrados nos últimos meses, em dezembro, deram espaço à estabilidade na maioria dos laticínios.

Combinado a isso, as chuvas abaixo do esperado em muitas regiões embasam a expectativa, por parte de alguns colaboradores, de retomada das cotações no curto prazo. Outro grupo de representantes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea acredita em estabilidade para os próximos meses, mas a maior parcela ainda vê fundamentos para novas quedas. Entre os compradores entrevistados, 67,3%, que representam expressivos 56,5% do leite amostrado, apontam queda nos valores em fevereiro. Outros 28,6% dos agentes, que representaram 41,9% do volume amostrado de leite em dezembro, indicam manutenção dos preços. Apenas 4,1% dos agentes esperam alta para o próximo mês.

No mercado de derivados, também houve desvalorizações no comparativo com dezembro de 2014. No atacado do Estado de São Paulo, o leite UHT recuou 5,33%, com média de R$ 1,7952 por litro. O queijo muçarela ficou praticamente estável (-0,30%), a R$ 11,19 ao quilo em janeiro. Alguns atacadistas acreditam em preços mais firmes a partir da segunda quinzena de fevereiro.

Os estoques diminuíram e algumas indústrias estão “testando” o mercado, praticando leves altas para a recuperação das margens ou até mesmo para alinhamento com os custos de produção mais altos neste início de ano.

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