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Preço do leite UHT atinge máxima histórica em maio

Indicadores diários de preços de lácteos em São Paulo registram maiores altas da história, mas correções ainda não são suficientes para estimular a produção

Fonte: Renata Sirtoli/Canal Rural

A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) analisaram o cenário do setor leiteiro e, ainda, os principais fatores que levaram os indicadores a registrar as maiores altas da história para o mês de maio, depois de um ano marcado por grandes dificuldades para o setor de leite no país.

Os preços internacionais em níveis muito baixos, a retração do consumo no mercado interno em função da crise econômica, somados aos problemas climáticos em regiões produtoras e o aumento nos custos de produção no campo, especialmente em função de insumos como o milho, são os principais fatores que desestimularam a produção nacional.

A piora na relação de troca, ou na relação entre remuneração e custos de produção, resultou em um desestímulo à produção e consequentemente retração na captação. O indicador de preço da saca de milho em Campinas (SP) foi cotado, em maio, a R$ 51,48/sc, uma alta de 5,2% com relação a abril, e comparado com o ano anterior a relação de troca por litro de leite teve piora de 41,7%.

Com isso o setor tem se defrontado com diminuição da oferta de matéria prima. Se por um lado a escassez faz com que o processo de aumento dos preços pagos ao produtor se acelere, buscando, mesmo que de forma tardia, corrigir os aumentos de custos de produção no campo, e os preços no atacado, por outro percebe-se a dificuldade no repasse para muitos derivados lácteos, dificultam a elevação dos preços ao produtor em patamares suficientes para estimular a produção. 

Preços

A boa notícia é que os indicadores com maior correlação com os preços ao produtor, até o último dia do mês apresentaram altas significativas. Em 31 de maio, o indicador de leite UHT no atacado de São Paulo chegou a R$ 3,22/litro, valor 41,1% acima do mesmo período em 2015; e o indicador muçarela fechou a R$ 16,91/Kg, variação 30,7% superior em valores nominais. Devido a essas altas consecutivas, alguns produtos lácteos estão chegando nos patamares de preços de 2013, ano de preços nacionais recordes para muitos derivados como queijo prato e leite em pó.

Mesmo o indicador do leite UHT de SP que atingiu a mínima histórica deflacionada entre os meses de janeiro de fevereiro de 2015, comercializado nos patamares de R$ 2,40/litro durante a maior parte do ano, registraram os maiores preços mensais no atacado de SP em maio. Dessa forma, num intervalo menor que dois anos, tanto os indicadores do leite UHT, como do queijo muçarela, registraram seus menores (jan/15) e maiores preços (mai/16) das respectivas séries históricas, o que confirma um certo desequilíbrio no setor.

Já o preço recebido pelo produtor tem seguido o mesmo movimento de mercado, com o preço médio de maio fechado a R$ 1,1571, variação de 4,5% com relação ao mês anterior e 15,0% superior que o mesmo período do ano passado, em valores reais. Fato que pode ser confirmado pelo ICAP-L (Índice de Captação de Leite) que baliza como está a captação de leite pela indústria.

No fechamento de preços do último mês com o leite coletado em abril, esse índice registrou queda de 3,4%, sendo que já é o quinto mês seguido de redução na captação que resulta numa queda acumulada de 18,4% apenas em 2016. No curto prazo, a oferta de leite no campo pode ter uma ligeira melhora, principalmente por conta das forragens de inverno dos estados do Sul do País que começam a serem utilizadas.

O Cepea lembra que toda a dinâmica que o mercado está apresentando é em busca de corrigir uma dificuldade generalizada na cadeia, que se arrasta desde o ano passado, com o produtor que perde renda pelo aumento no custo de produção e na indústria, prejudicada pelo desaquecimento do consumo e cenário global.

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