O preço médio pago ao produtor de leite registrou alta de 2,2% a 2,3% em junho, na comparação com maio, a R$ 0,9537 o litro, segundo levantamentos realizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, e pela Scot Consultoria.
Os dois estudos também concordam que os produtores receberam menos em relação a igual mês do ano passado. Segundo a Scot, a diferença é de 3,9%, enquanto para o Cepea é de 5,2%.
Os dois levantamentos apontam que o período entressafra ajudou a valorizar o leite. Para o Cepea, outro fator que colaborou para este movimento foi o aumento da competição entre cooperativas e laticínios por produtores das regiões Sudeste e Centro-Oeste. No Sul, a produção tem aumentado graças à utilização das forragens de inverno.
– Pesquisadores do Cepea comentam que os preços atuais continuam baixos quando comparados aos de anos anteriores, ao passo que os custos permanecem em patamares relativamente altos, podendo inviabilizar a atividade. Ao mesmo tempo, diante de preços atrativos da arroba, muitos produtores, especialmente de pequena escala, têm optado por abater vacas, o que pode ter impactos negativos na produção futura de leite – diz trecho do relatório do instituto ligado à USP.
Tanto a Scot Consultoria quanto o Cepea pesquisaram as expectativas dos laticínios para o mercado em julho. Ambos constataram que a maioria dos compradores acredita em elevação dos preços – 82,5% dos entrevistados pelo Cepea e 57% pela Scot. Aqueles que acreditam em estabilidade representam 17,5% dos consultados pelo Cepea e 40% pela Scot.
Para o restante do ano, o Cepea acredita que o movimento de alta dos preços de junho se estenderá por mais um tempo, considerando que os preços no início do ano estavam muito baixos e os reajustes foram poucos, diferindo da tendência normalmente vista, que é de aumento da margem dos produtores no começo do ano. A Scot, porém, acredita que a alta dos preços deve perder força.
– Levando em conta o aumento da produção na região Sul do país e em algumas importantes bacias leiteiras em Minas Gerais e a menor demanda por leite e derivados este ano, o movimento de alta deve começar a perder força em curto e médio prazo – diz trecho do relatório da consultoria.