O aumento da oferta de leite no mercado desde o segundo semestre de 2014, juntamente com a queda nas compras dos principais países importadores, fez com que os preços pagos pelo produto despencassem mundialmente, agravando a situação financeira de muitos pecuaristas.
Dados do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que os preços de leite em pó do leilão Global Dairy Trade (GDT) saíram de US$ 5 mil a tonelada em fevereiro de 2014 para cerca de US$ 2.345/t atualmente. Com isso, tal variação teve impacto direto nos preços recebidos pelos produtores de leite de todos os países.
Dentre os países impactados, o produtor brasileiro foi o que mais sofreu neste ano, em outubro de 2015 o valor recebido foi 38% menor em relação ao período anterior, seguido pelo produtor neozelandês, que apresentou queda no período citado de 23%. Ou seja, com as margens de lucro apertadas e o preço caindo mês a mês, os produtores não só de Mato Grosso, como de outros países, têm optado por vender o rebanho ou migrar para a pecuária de corte.
Exportações em novembro
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), em novembro o Brasil exportou US$ 37,1 milhões em produtos lácteos. Na comparação com outubro, o faturamento aumentou 12,7%.
O volume embarcado também cresceu e passou de 7,5 mil toneladas em setembro para 8,7 mil toneladas em novembro de 2015. O produto mais exportado foi o leite em pó, que somou 7,6 mil toneladas e US$34,5 milhões em faturamento. Na comparação com igual período de 2014, tanto o volume como o faturamento tiveram incremento de 31,5% e 23,9%, respectivamente.
Os principais compradores, em valor, foram a Venezuela, os Emirados Árabes e a Arábia Saudita.