Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que os principais insumos também se valorizaram, e é neste ponto que o caixa da propriedade pode ficar negativo. Com as margens apertadas, alguns produtores estão deixando a atividade leiteira.
Em janeiro de 2015 o produtor de Mato Grosso recebeu R$ 0,74 por litro de leite, sendo este valor o menor praticado no mercado desde abril de 2013. Segundo o Imea, o produtor não consegue influenciar o preço para seus produtos. Isso mostra que os valores são ditados pelo mercado, independentemente dos custos de produção.
Em Mato Grosso, a queda foi em menor proporção, de 3,9%, quando se compara janeiro de 2014 com o mesmo mês de 2015. Já São Paulo e Paraná registraram a maior diferença de preço, resultando em 8,35%, o produtor que em 2014 recebia R$ 1,05/l, em janeiro desse ano recebeu R$ 0,92/l. A diminuição é unânime no início de 2015 e mantém os preços pareados a 2012 e 2013, variando de R$ 0,74 a 0,93/l.
Em fevereiro, apesar da diminuição da oferta, o valor líquido do leite ficou em R$ 0,83 em São Paulo, 11,5% abaixo do registrado no mesmo período de 2014, descontada a inflação. Na comparação com janeiro, a queda é de 0,76%. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, os custos da pecuária leitera aumentaram em 5,5% no estado nos últimos 12 meses.
Em Minas Gerais, o custo de produção subiu 20% na região de Uberaba, enquanto o preço pago caiu pela metade. No mês passado, os produtores receberam, em média, R$ 1 por litro, 30% menos. Enquanto grandes produtores são remunerados com até R$ 0,96 por litro, os pequenos recebem 50% deste valor. No Brasil, segundo o Cepea, o aumento médio dos custos foi de 3,5% e a expectativa é de que o valor do leite suba ainda mais.