A Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV) espera desaceleração no crescimento da produção e nas vendas este ano. A organização estima que 2015 se encerre com 6,7 bilhões de litros de leite produzidos, um avanço de 1,5% em comparação com os 6,6 bilhões de litros verificados no ano passado.
A receita do segmento deve subir 6,6% e somar R$ 16 bilhões – crescimento que deve ficar abaixo da inflação. De janeiro a setembro, o IPCA já acumula alta de 7,64%, segundo o IBGE.
Em nota, a ABLV afirma que a menor taxa de crescimento da produção “não é nada confortável” para um segmento que vive com menor rentabilidade.
– Por ser um produto de alto giro e margens baixas, esse quadro se agrava em momentos de crise, mas eu sou otimista – afirma, em nota, o presidente da associação, Cesar Helou.
A razão para o otimismo é a confiança de que a crise econômica no Brasil não vai resultar em queda no consumo interno.
– O leite longa vida vai se adequar ao bolso do consumidor – garante.
Dentre os fatores positivos para o longa vida, a ABLV destaca o crescimento vegetativo no País e a substituição do leite pasteurizado e em pó de consumo direto pelo UHT. Além disso, o declínio do leite de consumo informal favorece o consumo de outros produtos, dentre eles o Longa Vida.
A ABLV destaca que o market share do segmento alcançou 61,5% em 2014, alta de 4,9 pontos porcentuais desde 2005.
Custo
Separadamente, a Scot Consultoria informou que o custo de produção da pecuária leiteira subiu 1,4% em setembro, na comparação com o mês anterior. Este é o quarto mês consecutivo de alta nos custos.
De acordo com a consultoria, a alta veio principalmente dos alimentos concentrados energéticos e proteicos, com destaque para o milho e o farelo de soja. O bom desempenho da exportação e o dólar valorizado têm sustentado os preços desses produtos.
Na comparação anual, o custo de produção da pecuária leiteira teve alta de 8,8%.