A laticícios Santa Rita fechou as portas nessa quinta, dia 19, entrando para a lista como a décima quinta empresa do setor a decretar falência no Estado. A cadeia leiteira gaúcha passa por uma crise de credibilidade – diante de inúmeras constatações de adulteração nos produtos flagradas pela Operação Leite Compen$ado, da Política Federal – e de preços pouco remuneradores.
No caso da Santa Rita, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, estima que a quantia a ser paga aos 800 empregados deva chegar a R$ 2,5 milhões. A situação se alastra na cadeia, que contabiliza cerca de 10 mil produtores com valores a receber.
– Temos produtores que já saíram da atividade e acreditamos que, se continuar da maneira como está, perderemos mais de 20 mil famílias da área leiteira – pontua Carlos Joel da Silva.
Segundo o dirigente, a operação do Leite Compen$ado contribuiu para uma ideia generalizada nos consumidores de que o leite do Rio Grande do Sul apresenta problemas:
– Faltou à indústria fazer o contraponto e colocar à sociedade que o leite com problema representa menos de 1%. O restante do leite gaúcho é fiscalizado pelo Ministério da Agricultura e tem excelente qualidade. Isso trouxe um problema gravíssimo para nosso produto – acrescenta Silva, lembrando que as três mil toneladas de leite em pó que o governo federal prometeu retirar do Rio Grande do Sul é “insuficiente, mas ajuda”.
A Fetag reunirá sua Comissão Estadual do Leite na próxima quarta, dia 25, para definir o plano a nível estadual. O presidente da entidade e o deputado estadual Elton Weber (PSB/RS) estarão presentes em uma audiência em São Paulo, no dia dois de março, com o administrador da recuperação judicial da LBR, Ricardo Hasson Sayeg, para discutir a situação dos produtores que têm pendências empregatícias.
Faltou à indústria fazer o contraponto e colocar à sociedade que o leite representa menos de 1%.
Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS