A Promotoria de Justiça Especializada Criminal do Rio Grande do Sul apresentou na semana passada novas denúncias contra 18 pessoas supostamente envolvidas em crimes de adulteração de leite, investigadas durante a sétima e oitava fase da Operação Leite Compen$ado.
Os 12 denunciados após a sétima fase da investigação foram divididos em dois processos diferentes, pois a Promotoria detectou dois núcleos de fraudes.
Um deles funcionou entre maio de 2014 e maio de 2015. Segundo as investigações, Eliana Maria Suzin, gerente e administradora da empresa I. Vendrúsculo e Cia., junto com Edeovar Tenutti, Vandirlei Barbieri e Neodir Soares, os motoristas da empresa, adulteravam o leite e transportavam ele até o posto de resfriamento Rempel & Coghetto.
O proprietário do postos de resfriamento, Amauri Rempel, recebia o produto, mesmo sabendo que ele foi alterado, com auxílio das laboratoristas Andresa Segatt e Angélica Rempel, que não realizavam as análises adequadas, sob o amparo de Márcia Bernardi, responsável por fiscalizar o laboratório.
No mesmo período, outro grupo, formado por Dionisio Pogorzelski, Jovani Pogorzelski, Natal Machado Filho e Clair Modkovski, também encaminhava leite adulterado para a Rempel & Coghetto. Os dois primeiros são proprietários da empresa Transportes de Cargas Pogorzelski e eram os mentores do esquema, chefiando os motoristas Natal Machado Filho e Clair Modkovski, que participavam ativamente na falsificação do leite.
Em relação à Operação Leite Compen$ado 8, seis pessoas foram denunciadas. Os primos Adriano Melati e Reinaldo Melati, bem como Marcos Baldiga, Ediovani Demarco, Douglas Bonfante, e Ariel Narzetti foram acusados de adulterar o leite encaminhado para a Cooperativa de Pequenos Agropecuaristas de Campinas do Sul (Coopasul).
De acordo com as investigações, entre os dias 9 e 11 de março deste ano, no município de Ponte Preta, os Melati alteraram leite in natura, adicionando água e soluto para aumentar o volume da carga.
O presidente da Coopasul, Ariel Narzetti, junto aos responsáveis pelo laboratório da empresa, Douglas Bonfante e Marcos Baldiga, além de Ediovani Demarco, que fazia as coletas de amostras da Coopasul – os quatro sabiam dos problemas, segundo a Promotoria –, recebeu o leite adulterado e manteve o produto em depósito para vender.