De acordo com o promotor de Justiça Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, o flagrante é uma comprovação das irregularidades que vinham sendo cometidas pelo laticínio, em prejuízo aos consumidores.
– Antes já havíamos flagrado a carne do futuro. Agora é a vez do queijo do futuro – destaca.
No dia 16, as Promotorias de Justiça Especializada Criminal e de Defesa do Consumidor deflagaram a primeira fase da operação no estado. O Laticínios Progresso é suspeito de adicionar cloreto de sódio, amido e outros produtos para mascarar a adição de água no queijo e, ainda, emitir notas fiscais falsas. A operação ainda aponta a compra de leite cru rejeitado pelas indústrias.
A operação identificou que a empresa possui um programa para confeccionar notas falsas para levar as cargas de aproximadamente 30 toneladas de queijo pronto para Ivoti. A suspeita é que ocorra sonegação de impostos, já que o laticínio, segundo as investigações, tem lucro mensal de R$ 1 milhão, mas declara ao fisco apenas R$ 50 mil.
Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e seis de busca e apreensão nos municípios de Ivoti e Três de Maio. O prefeito do município de Três de Maio (RS), Olívio José Casali, informou que afastou do cargo o secretário deAgricultura e Meio Ambiente da cidade, Valdir Ortiz, acusado de participar do esquema de adulteração.
Participam da operação a Receita Estadual do Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).