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Leite

RS: projeto ajuda pecuarista a produzir mais leite gastando menos

Parceria entre Sebrae, Farsul e Senar leva técnica de pastagem para o produtor do noroeste do estado

Foto: Seagri-DF

Na região noroeste do Rio Grande do Sul, um projeto ajuda produtores rurais a melhorar a gestão do negócio. Em uma das propriedades atendidas, a mudança no manejo das pastagens aumentou a produção de leite e reduziu custos.

Trata-se da propriedade de Remy e Zelaine Castanho. Cada vaca na fazenda está produzindo mais de 26 litros de leite por dia. Essa média é considerada boa para a época do ano, mas eles querem mais.

“Tá bom, mas a gente quer mais, quer aumentar a produção a pasto. Ela é melhor, tem o custo mais baixo e fica mais viável”, afirma Zelaine.

A propriedade fica em São Miguel das Missões. Para aumentar a rentabilidade do negócio, o casal entrou no Programa de Produção Integrada em Sistemas Agropecuários, o Pisa. O projeto resulta de uma parceria entre Sebrae, Farsul e Senar do estado. Nos últimos quatro anos, 140 famílias foram atendidas na região das Missões.

“É importante que o produtor se entenda também como empresário, que ele tenha sua propriedade rural como uma empresa agrícola. Então a parte de gestão é extremamente importante. O agricultor é obrigado a entender os custos da produção, despesas, e saber quanto tá rendendo, saber se tem que fazer algum tipo de mudança na sua gestão”, afirma Armando Pettinelli, gerente regional do Sebrae.

Para ele, esses quatro anos permitiram que o agricultor tivesse um profundo conhecimento do seu negócio. Com isso, conseguiu aumentar a produtividade e ter mais rentabilidade.

O consultor do Sebrae que atende a propriedade é Fábio Seibt. Ele ajudou a melhorar o manejo das pastagens com soluções simples.

A fazenda trabalha com seis tipos de pasto ao longo do ano. Cultiva capim-sudão, uma gramínea de verão. A altura ideal para o pastejo é de 35 cm. O segredo é controlar o tempo de pastejo. As vacas só podem comer até a metade, assim as plantas rebrotam mais rápido. E isso gera economia de ração e silagem.

“Os produtores não devem deixar o animal rebaixar demais essa pastagem, que baixem em torno de até 20 cm para ter maior recuperação desse pasto e para elas darem o giro mais rápido nessas áreas. Eu sempre forneço folha, pasto de qualidade e com boa qualidade de proteína nessa pastagem”, diz Seibt.

O resultado foi uma redução de 15% nos gastos com alimentação. Por causa do Pisa, os produtores também estão implantando o sistema silvipastoril, que integra lavoura, pecuária e floresta. No ano que vem, as vacas já vão poder pastar à sombra dos eucaliptos, o que, segundo estudos, aumenta a produtividade de leite.

“Isso vai ficar melhor porque elas vão ter pasto e sombra. A gente vai poder aproveitar mais o dia, pelo menos no verão, com calor. Vai aumentar a produtividade? Não sei. Mas pelo menos reduz os custos”, diz o produtor Remy Castanho.

“Tudo que tu der para elas de melhor vai ser retribuído em leite”, completa sua mulher, Zelaine.

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