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Setor leiteiro do Rio Grande do Sul cobra incentivos para comercialização

Segundo produtores, a busca por novos mercados deve acompanhar as ações que já vêm sendo tomadas para certificar a qualidade do leite gaúchoRepresentantes do setor leiteiro do Rio Grande do Sul aproveitaram o lançamento oficial da 15ª Expoleite Fenasul 2015, nesta terça, dia 12, para cobrar uma política de incentivo à exportação que ajude o estado a se reerguer da crise causada pelos casos de fraude no leite.

Fonte: Alcides Okubo Filho / Embrapa

Para os pecuaristas leiteiros, a busca por novos mercados deve acompanhar as ações que já vêm sendo tomadas para certificar a qualidade do leite gaúcho e reconquistar a confiança do consumidor nacional.

O presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do estado (Gadolando), Marcos Tang, lembrou que os primeiros meses do ano são tradicionalmente ruins por uma questão sazonal – a oferta é ampla, graças às boas condições das pastagens, e o consumo cai por causa do calor.

– Este início de ano foi especialmente ruim porque teve uma remuneração mais baixa do que o normal para o período. As fraudes retraíram mais ainda o consumo e, principalmente, dificultaram o escoamento (da produção) para outros Estados. Tem um componente sazonal, então este valor tem que melhorar em maio e junho – afirma Tang, lembrando que o preço pago ao produtor está em torno de R$ 0,90 o litro.

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A crise foi potencializada pelo fato de que algumas indústrias saíram do mercado, o que pressionou ainda mais os preços e fez com que muitos produtores ficassem sem receber. Dos cerca de 10 milhões de litros de leite que o Rio Grande do Sul produz diariamente, somente quatro milhões são consumidos no estado. O maior destino do leite gaúcho é o mercado paulista.

O secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Ernani Polo, afirmou que a busca por novos mercados é um trabalho direcionado a todas as cadeias produtivas, mas disse que, no caso do leite, o governo tem feito um “esforço concentrado” para estimular o crescimento do setor. Segundo Polo, a Rússia e outros destinos da Europa estão na mira do Estado. Atualmente, de acordo com o presidente da Gadolando, o RS exporta apenas 5% do leite que produz, para países como México e Venezuela.

– São países que têm potencial para comprar o leite gaúcho, mas para isso temos que superar alguns entraves, principalmente no que diz respeito à habilitação de plantas (produtoras de leite) à exportação – explica.

Desde o início deste ano o estado vem pedindo apoio do governo federal para acelerar os trâmites que permitam a qualificação das indústrias para vender o produto ao exterior. Polo irá a Brasília nesta quarta, dia 13, para mais uma rodada de negociação com o Ministério da Agricultura.

Ele acrescentou que, em paralelo, o governo gaúcho está discutindo a criação de uma legislação estadual que trate do transporte e da comercialização de leite, na tentativa de zelar pelo controle e qualidade no decorrer do processo produtivo.

– Buscamos algo integrado e que seja exequível. Por isso estamos fazendo um estudo técnico. Estamos trabalhando em conjunto com as entidades – reforça o secretário, destacando que as normas, quando concluídas, serão apresentadas por meio de Projeto de Lei do Executivo. 

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