A alimentação do rebanho corresponde a 70% dos custos de produção da atividade leiteira, afirma o zootecnista Ederson Luis Henz. No inverno, quando as opções nutricionais são reduzidas, os gastos tendem a subir.
“Mas, diferente do senso comum, o período mais complicado para fornecimento de pasto no Sul do país é o outono”, conta Henz, que é supervisor técnico e comercial de novos negócios da Biotrigo Genética. Segundo ele, existe uma lacuna entre o fim das pastagens de verão e a implementação das variedades de inverno. “Não existia uma variedade de trigo que pudesse ser semeada nesta época, o que impactava na produtividade dos animais”, diz.
Até então, alguns pecuaristas recorriam à aveia, porém, a cultura é bastante suscetível a problemas com ferrugem. De olho nesta oportunidade, a empresa desenvolveu a Lenox, uma cultivar de trigo de crescimento rápido e “com uma nota muito boa para ferrugem da folha”.
O pecuarista Cleber Slaviero, de São Miguel do Oeste (SC), aumentou a produção diária em cinco litros por vaca no inverno após adotar a variedade. Segundo ele, a surpresa não foi só o volume maior. A qualidade de pastejo dos animais também melhorou. “Notamos que as vacas comiam muito bem, era palatável e aumentou a quantidade de massa por área”, diz. Na propriedade dele, a cultura foi implantada em meados de maio e o primeiro corte foi em junho. Até novembro, o trigo rendeu oito cortes.
No ano passado, Jonatham Clamer semeou 2,5 hectares em sua propriedade, em Sertão (RS). Depois de cinco pastejos, ele fez as contas comparando a produção quando os animais eram soltos em outros pastos. “Os que saíam da área da Lenox produziam entre 2 e 2,5 litros de leite a mais por dia. Quando colocamos esses mesmos animais em outro tipo de pastagem, a produtividade diminuiu”, afirma.
O que faz desta planta ideal para o pastejo?
A Lenox também foi trabalhada geneticamente para atender às necessidades dos animais. “Tinha que ser um trigo longo, vegetativo, para dar muitos cortes, e com rebrota agressiva. Porque o animal precisa voltar a este piquete o quanto antes”, declara Henz.
Outra característica importante, segundo a Biotrigo, é o volume produzido. Enquanto variedades de dupla aptidão resultam em 2,4 quilos por hectare, divididos em dois cortes, a Lenox gera a mesma quantidade em apenas um, sendo que pode produzir mais de seis cortes. “Já recebemos relatos de produtor com trabalho excelente que conseguiu até 10 cortes”, conta.
A qualidade nutricional da variedade também é destaque, de acordo com Henz. Ela oferta mais de 30% de proteína. “Sem dúvida, isso torna a propriedade eficiente, produzindo o máximo possível numa área pequena”, afirma a Biotrigo, em nota.
Assista abaixo o zootecnista Ederson Henz demonstrando a capacidade de rebrota da Lenox:
*O jornalista viajou para a Expodireto Cotrijal a convite da Bayer CropScience.