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Unificação de metodologias de levantamentos de safra entre países é discutida em Brasília

Encontro da Organização de Informações de Mercado das Américas vai até sexta, dia 7; grupo quer evitar que dados divergentes prejudiquem mercadoOs países que fazem parte da Organização de Informações de Mercado das Américas (Oima) querem unificar as metodologias de levantamento dos números de safras.

 O objetivo é evitar que números divergentes prejudiquem os produtores no mercado internacional. Representantes dos 33 países que fazem parte da Oima vão estar reunidos até sexta, dia 7, em Brasília (DF). O grupo trata as informações como sobrevivência, principalmente dos países que mais dependem da agricultura e da pecuária. 

– É fundamental entender que agricultura, não somente no Brasil, mas em todos os países das Américas, é um setor chave qualquer que seja a estratégia de desenvolvimento. Desse ponto de vista, consideramos fundamental a aliança entre o setor da agropecuária e o setor urbano, e a partir dessas considerações, com trabalho nas cadeias produtivas, o acesso às informações é fundamental – afirma Manuel Rodolfo Otero, do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura.

O presidente da entidade é o americano Terry Long, que está buscando a transparência na troca de informações sobre produção das diversas culturas. Um fator determinante para que todos os países possam implementar as políticas agrícolas corretamente.

– O grande desafio é enfrentar as diferentes circunstâncias dos países, como Brasil, Canadá e Estados Unidos. Passar informação, ter o mesmo nível de desenvolvimento e estar alinhado são as maiores dificuldades – diz o presidente da Oima.

O Brasil quer aproveitar a disposição dos Estados Unidos para a abertura das informações, para cruzar as metodologias de levantamento de safras e evitar o que aconteceu no ano passado com o café, por exemplo. Quando o Departamento norte-americano de Agricultura divulgou antecipadamente que a produção brasileira de café chegaria a 56 milhões de sacas, mas o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontava uma safra bem menor, entre 44 e 46 milhões de sacas, o que mexeu com todo o mercado.

– Isso gerou uma queda nas cotações do produto, o governo teve que agir lançando contrato de opções para acalmar o setor e os próprios preços, mas na sequência ficou comprovado que os nossos números estavam corretos, tanto é que não precisamos exercer o contrato de opção para nenhuma saca – relembra o presidente da Conab, Rubens Rodrigues dos Santos.  

De acordo com o ministro da Agricultura, Neri Geller, internamente no Brasil, os diferentes institutos de pesquisas já estão interagindo mais, para cruzar os dados e dar maior segurança ao mercado.

– Hoje, nós temos a Conab, o IBGE e institutos, em Mato Grosso tem o Imea, em São Paulo tem a Esalq, e são informações que acabam se cruzando. Essa discussão é para equilibrar, pegar os dados e essas informações serem convergentes, para ter segurança e transparência – coloca Geller.

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