Mais de 1,7 mil cães e gatos foram vacinados em uma área de 12 quilômetros a partir das propriedades onde os bovinos infectados morreram. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde este é o raio de ação previsto em lei. O diretor de Vigilância Sanitária da pasta, João Martins de Souza, informou que a medida é preventiva e que a situação está sob controle.
? Esta prevenção acontece no Brasil todo. No mundo todo há cerca de 55 mil casos de raiva em humanos e, em 2009 foram, apenas dois casos aqui no Brasil de seres humanos que contraíram a doença. Em 2010, até o momento, não temos dados de nenhum caso. Isso a gente atribui à prevenção, ao trabalho de vacinação que é feito nos animais.
Souza informou que outros ataques já aconteceram na região este ano. Os morcegos vivem em cavernas, que existem nas matas das propriedades rurais. A Secretaria da Agricultura faz o controle da população aplicando uma pasta, chamada de vampiricida, nas costas de um morcego. Como eles vivem em colônia e têm o hábito de se lamber uns aos outros, o produto acaba envenenando vários animais. Segundo o professor de Veterinária da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Italmar Navarro, os últimos ataques dos morcegos na região estão ligados às mudanças climáticas radicais, que alteraram o hábito alimentar dos animais.
? Os morcegos, em geral, quando esfria muito, hibernam. Eles param de se alimentar. E, quando tem uma mudança brusca, rapidamente esquenta, por exemplo, eles saem da sua hibernação procurando comida urgentemente, porque estavam em uma fase sem se alimentar. Aí é que eles passam a atacar os animais, no caso dos hematófagos. E os não-hematófagos vão buscar frutas, insetos. Esta mudança brusca também interfere no comportamento deles.
A doença é classificada pela Secretaria de Agricultura como sob controle no campo. Mas há indicação de que os produtores rurais devem vacinar bovinos e equinos. Não há prazo para que eles tomem essa providência, mas a vacinação deve ser comprovada na regional da secretaria o quanto antes.
? Na questão do bovino, não se faz a campanha porque não existe uma epidemia, isso são casos que estão acontecendo isoladamente. Lógico que se começar aumentar o número de casos, aí o serviço de defesa vai tomar uma atitude diferente em virtude do fato. O gato é um animal caçador, ele pode, por exemplo, pegar um morcego com raiva e acabar se contaminando. É um seguro, uma prevenção o que está se fazendo para não se correr o risco de cachorro e gato se contaminar ? explica o superintendente do Departamento de Defesa, Fiscalização e Sanidade Agropecuária, da Secretaria de Agricultura do Estado, Alberto Bonezzi.