O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse nesta terça-feira, dia 11, que a comitiva da Arábia Saudita que visitou frigoríficos brasileiros nos últimos dias foi “positiva”. Maggi se reuniu nesta tarde, em São Paulo, com representantes da Autoridade Saudita para Alimentação e Medicamentos (SFDA, na sigla em inglês). O ministro não revelou detalhes do encontro; disse apenas que na volta a seu país os técnicos devem preparar um relatório oficial sobre a missão. “Eles vão passar as impressões deles lá e o departamento responsável do país vai apontar e sugerir coisas ao Brasil ou não”, afirmou.
Após a operação Carne Fraca, o Brasil está se preparando para receber uma série de missões de países compradores do produto brasileiro, entre eles da União Europeia. Além disso, enviará missões a alguns países. Maggi, por exemplo, viaja no dia 10 de maio para Arábia Saudita, Emirados Árabes, Hong Kong, China e Bélgica. Nos cerca de 20 dias de viagem, ele estará acompanhado de representantes da iniciativa privada. Antes disso, o secretário executivo do Ministério, Eumar Novacki, vai à Argélia, Egito e Marrocos. A viagem acontece entre os dias 16 e 25 deste mês.
“A visita deles é muito importante para nós”, disse Maggi. “Estamos agora neste fogo cruzado de acusações e precisamos reagir e mostrar que nossos processos são bons e fortes”, afirmou depois a jornalistas na sede da Superintendência Federal de Agricultura, em São Paulo.
Quase um mês depois da operação que abalou o setor de carnes do país, Maggi disse que o trabalho no governo agora é manter a força tarefa para checar a qualidade dos produtos produzidos no país. “Em várias localidades que nós já fomos e checamos falta de conformidade com o que está escrito na legislação, fizemos intervenções”, disse. Segundo ele, a orientação para as equipes é que “não passem a mão na cabeça de ninguém” e visitem 100% dos estabelecimentos que têm o Serviço de Inspeção Federal (SIF). “Assim que foi divulgada a operação tivemos uma preocupação de não deixar que os mercados fossem fechados para o Brasil, por isso nossa atenção ao mercado externo, mas não em detrimento do interno”, disse. “Se você deixa fechar um mercado, é muito complicado. Gastamos mais de cinco anos para abrir um.”
Maggi não acredita que a operação possa ter colocado em risco negociações que estavam em andamento, como o interesse do México em abrir o mercado para carne bovina e suína do Brasil. “Estamos conversando. Eles viriam aqui em abril e depois transferiram para maio, mas ainda não definiram a data. Encontrei na semana passada o vice-ministro do México e devo fazer uma visita ainda neste semestre ao país”, afirmou.