O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, confirmou nesta segunda-feira, dia 27, que o governo vai apresentar um programa de retirada gradual da vacinação de febre aftosa em bovinos, diante da expectativa dele de que o Brasil seja declarado livre de aftosa com vacinação em maio do ano que vem. Maggi frisou, também, que o plano ainda está em elaboração e será discutido “com a sociedade” antes de ser apresentado.
Em fevereiro, o governo anunciou a intenção de lançar o plano de retirada gradual da vacinação contra a febre aftosa no País a partir de 2018 e ainda uma mudança na vacina aplicada atualmente, com a exclusão da imunização contra o vírus tipo C, um dos três presentes no medicamento. À época, o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Guilherme Marques, que o governo pretendia autorizar a retirada da vacinação na campanha de novembro de 2018 para cerca de 80 milhões, dos 220 milhões de cabeças do rebanho bovino brasileiro.
Maggi confirmou ainda que o governo fará um estudo sobre quais circuitos (estados e regiões) devem, juntos, pleitear a retirada da vacinação. Atualmente, apenas Santa Catarina é Estado reconhecido como livre de aftosa sem vacinação. Para o reconhecimento de Estados e regiões livres de aftosa pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), como o estado do Sul, é preciso antes o reconhecimento nacional.
Mudanças em vista
Segundo o ministro, outra medida é assegurar, por exemplo, que animais vacinados não entrem em regiões livres de vacinação. Paralelamente, o governo prepara a modificação da vacina aplicada atualmente, com a retirada o vírus tipo C (inativado) da composição do produto. Esse tipo de vírus foi erradicado há mais de 13 anos, não sendo mais necessária a imunização, na avaliação do Ministério da Agricultura. A vacinação com o novo medicamento está prevista para março de 2018, quando ocorre a primeira etapa nacional de imunização.
O produto atual, que é trivalente e protege o rebanho dos vírus A, C e O, passaria, a partir do próximo ano, a ser bivalente, contendo apenas as cepas A e O do vírus. Com a nova vacina, o governo prevê redução no custo do transporte, no armazenamento e na conservação das doses, bem como no processo de fabricação, distribuição e comercialização. Também haverá menor gasto com o manejo nas propriedades e menos reações nos animais, como os eventuais caroços no couro, que podem provocar perda de até 2 quilos na preparação dos cortes.