A partir da assinatura do TAC, o MPF pedirá judicialmente a homologação dos acordos e a extinção das ações contra as duas empresas. De acordo com o MPF, o empresário Ademir Gallina, sócio do frigorífico Boi Branco, garantiu que tinha o compromisso de monitorar se os fornecedores não constavam na lista suja do trabalho escravo, e que agora vai ampliar os cuidados na compra de matéria-prima. O Boi Branco abate em média 300 animais por dia.
A diretoria do frigorífico Agra Agroindustrial, que abate em média de 600 animais por dia, afirmou ao MPF que um dos preceitos da empresa é crescer de forma sustentável e que o acordo firmado vai reforçar o compromisso.
O acordo foi o terceiro firmado após o MPF ter proposto 26 ações na Justiça (21 em Mato Grosso) contra os frigoríficos do Bioma Amazônico que compram animais de propriedades irregulares. Na última quarta, dia 17, o frigorífico Frialto/Vale Grande, sediado em Sinop (MT), também assinou o TAC proposto pelo MPF. O Frialto/Vale Grande abate em média dois mil animais por dia nas três plantas frigoríficas localizadas em Sinop, Matupá e Nova Canaã do Norte.
O procurador da República Rodrigo Timoteo da Costa e Silva avalia que o fato de os frigoríficos tomarem a iniciativa e procurarem o MPF para assinar o acordo demonstra a boa-fé das empresas para “buscar o cumprimento das obrigações legais e, consequentemente, deixar de ser solidário com as irregularidades que contribuem para o desmatamento e a exploração de trabalho escravo e de terras indígenas”.