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Mais fazendas poderão exportar carne para a União Europeia, diz Wagner Rossi

Atualmente, 1,8 mil propriedades brasileiras têm permissão para vender o produto ao bloco europeuEmbalado por dois dias de negociações intensas, que incluiu reuniões com os comissários ? cargo equivalente ao de ministro ? de Saúde e da Agricultura da União Europeia, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, volta a Brasília na próxima segunda com a promessa de que o bloco vai flexibilizar a importação de carne in natura do Brasil.

A confiança vem da garantia de que o país terá, em um prazo curto de tempo, mais autonomia para definir quais propriedades estarão aptas a exportar carne para a Europa.

? A negociação está consolidada, faltando definir apenas a operacionalização das medidas ?, disse Rossi.

A seguir, confira os principais trechos de uma entrevista concedida desde Bruxelas, por telefone, ao repórter Flávio Ilha, do jornal Zero Hora:

ZH- Que conquistas o senhor trará dessa missão?

Wagner Rossi ? O primeiro avanço foi estabelecer esse clima de diálogo franco, em que os dois lados posicionaram suas preocupações. A evolução está mais nítida agora. O sistema de rastreabilidade tende a se consolidar e a se ampliar nos próximos meses, em novas negociações técnicas. Vamos ter uma participação mais efetiva no credenciamento das fazendas que podem fornecer carne para a Europa. Haverá mais autonomia, sem dúvida alguma.

ZH – No caso da Cota Hilton, houve avanços?

Rossi ? As exigências europeias são firmes, mas houve avanço. Um deles é a possibilidade de complementação alimentar na finalização dos animais. Em períodos de seca, a suplementação vegetal poderá ser feita, mas a forma de realizar isso, precisaremos definir. Está aberta a possibilidade de estabelecer normas mais claras e favoráveis.

ZH – Mas a negociação não terminou?

Rossi ? A negociação está consolidada, faltando definir a operacionalização. Nossa missão não tinha o objetivo de resolver questões pontuais.

ZH- Como foi o clima das negociações?

Rossi ? O momento econômico da União Europeia não é favorável, há problemas sérios. No setor agrícola, há uma reivindicação geral contra preços achatados, contra concorrência. Houve uma campanha contra produtos de origem brasileira, baseada em informações falsas ou distorcidas que envolviam desde questões ambientais até trabalho e sanidade animal. Fomos de gabinete em gabinete mostrar o que estamos fazendo hoje. A impressão que ficou me pareceu muito boa.

ZH – De onde saiu a campanha?

Rossi ? Fontes diversas, mas sobretudo de nossos concorrentes irlandeses e escoceses. Há muito tempo que a agricultura e a pecuária não agridem a floresta. Animais que provêm de áreas de desmatamento recente não têm comercialização no Brasil. Não se compra soja de desmatamento.

As perspectivas

Com a expectativa de que o Ministério da Agricultura poderá indicar fazendas que ainda não fazem parte do cadastro europeu, a estimativa é de seja ampliado o número de propriedades habilitadas para exportar carne bovina ao bloco ? atualmente há 1,8 mil unidades com permissão para a comercialização.

O Brasil está confiante de que conseguirá cumprir sua fatia na Cota Hilton (10 mil toneladas), de cortes nobres, para a União Europeia em 2011.

 

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