A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) liberou neste domingo, dia 8, cerca de 1 milhão de alevinos – filhotes de peixes que acabam de sair do ovo – de espécies nativas da Bacia do São Francisco no trecho alagoano do rio. O objetivo da ação é recompor o estoque dos peixes da região e aumentar a quantidade e a variabilidade de espécies nativas.
A ação ocorre por ocasião da tradicional Festa de Bom Jesus dos Navegantes de Penedo, em Alagoas, com concentração no Porto das Balsas no Centro Histórico de Penedo.
O chefe da Unidade de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Codevasf, Leonardo Sampaio, informou que o peixamento deste domingo inclui peixes das espécies piau, xira, piabas, matrinxã e curimatã-pioa. Segundo ele, antes do início dos peixamentos, algumas espécies estavam desaparecidas na área. “O matrinxã e o curimatã-pioa estavam desaparecidos naquele trecho do rio.
Com o peixamento ao longo dos anos, voltaram a aparecer. Os pescadores mais jovens nem conheciam o matrinxã, por exemplo.”
Em 2016, cerca de 7 milhões de alevinos foram liberados ao longo do rio, do Alto São Francisco, em Minas Gerais, ao Baixo São Francisco, em Sergipe e Alagoas, passando pela Bahia e Pernambuco. Segundo o biólogo, o trabalho dos técnicos da Codevasf com os pescadores artesanais da região permitiu verificar que as ações de peixamento tiveram êxito na volta da abundância de espécies escassas e desaparecidas.
Os peixamentos são uma ação recorrente na região e fazem parte do Programa Anual de Repovoamento da Bacia Hidrográfica do São Francisco, implementado pela Codevasf. A companhia tem sete centros integrados de recursos pesqueiros e aquicultura distribuídos pela bacia, onde são produzidos em média 15 milhões de peixes por ano.
A maior parte dos peixes produzidos é formada por espécies nativas. Também são produzidas espécies que são encaminhadas para projetos de piscicultura, especialmente a tilápia e o tambaqui, criados em viveiros por pequenos produtores locais. Os alevinos nativos são liberados por meio de peixamentos ao longo do rio. Parte dos espécimes também é usada para pesquisas.
O especialista explicou que são muitas as causas da diminuição do estoque de peixes no São Francisco. “Muitas intervenções, represas que barram a migração de algumas espécies, poluição, pesca excessiva e assoreamento das margens do rio são algumas das razões”, disse Sampaio.