Na pecuária extensiva, os primeiros dias de vida são os mais críticos de todo o processo de criação dos animais devido à alta taxa de mortalidade de bezerros. O gerente técnico de Corte da empresa Alta de melhoramento genético, Fernando Andrade, ressalta a relevância do período:
– A partir dos primeiros sinais de parição da vaca, alguns cuidados necessitam ser tomados. O primeiro passo é encaminhar o animal para o pasto maternidade – piquete separado do rebanho. O parto deverá ocorrer após quatro horas do rompimento da bolsa. Caso este processo não aconteça, de forma natural, a vaca será socorrida para que o bezerro não morra.
Após o nascimento, o bezerro e a vaca devem ser observados diariamente enquanto permanecerem no pasto maternidade. O horário ideal para as visitas é a parte da manhã, antes do sol esquentar. Após este período, a vaca esconde o recém-nascido e dificulta o trabalho de análise.
Logo no primeiro dia, o bezerro passa por alguns procedimentos como: cura do umbigo; aplicação do vermífugo e identificação através de uma tatuagem ou um picote. Os técnicos alertam que é de extrema importância que o animal mame nas primeiras oito horas de vida, para que crie anticorpos para sua proteção nos primeiros quatros meses.
A próxima etapa é a transferência da vaca e filhote para a creche. O período de permanência no local é de até 30 dias. Este tempo poderá variar dependendo da necessidade do animal.
Na Fazenda Santa Marta, localizada em Campo Florido (MG), o cuidado com as vacas e os bezerros recém-nascidos é a prova do sucesso. Hoje, o rebanho conta com 1.200 matrizes em cria, como lembra o zootecnista da fazenda Santa Marta, Daniel Anelli.
– Com o piquete maternidade é possível dar mais atenção para parição. Caso contrário, os partos ocorrem em diversos locais na fazenda. Não é possível controlar o nascimento na época certa e propiciar todos os cuidados que algum bezerro necessite caso nasça debilitado.