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Más condições das estradas freiam pecuária em Mato Grosso

Dificuldades no transporte podem provocar contusões na carcaça que gera prejuízos ao produtorCom o início da colheita da soja em Mato Grosso (MT), os problemas com o escoamento da produção vêm à tona por conta das péssimas condições das estradas. Entretanto, as dificuldades não estão relacionadas apenas ao transporte do grão. A falta de manutenção e pavimentação das vias de escoamento também freia o andamento da pecuária bovina, com 28,7 milhões de cabeças.

Com a arroba cotada em média a R$ 92,76 na última semana, a região de Barra do Bugres (médio-norte), que compreende 12 municípios com aptidão para a cana-de-açúcar e pecuária com 1,2 milhões de cabeças em 5,2 mil propriedades, os produtores estão com problemas na comercialização.

Os bovinos prontos para o abate, situados nos pontos críticos do trecho de aproximadamente 90 km da MT 247, entre Barra e o distrito de Lambari, são destinados às plantas do Navicarne (Barra), Marfrig (Tangará da Serra), do Friboi (Arapuntaga e Quatro Marcos) e da Perdigão (Mirassol D’Oeste), que buscam outras alternativas.

? O frigorífico fica responsável de buscar o gado na fazenda, se as estradas dificultam o acesso não há interesse em negociar ? disse o diretor de relações institucionais do Sistema Famato, Rogério Romanini.

De acordo com o gerente de compras de bovinos do Marfrig, Fabion Almeida, o período de chuvas reduziu em torno de 30% o número de abates de bovinos oriundos daquela região. Por falta de acesso às fazendas, o frigorífico, com capacidade para abater 1,8 mil cabeças/dia, tem buscado o gado na região de Comodoro, 270 quilômetros a mais no percurso praticado.

? Comprávamos de 40% a 50% dos animais dessas áreas, hoje não passa dos 10%. Optamos em percorrer uma distância maior a ter que ficar no caminho ? disse Almeida, salientando que na região de Araputanga, onde os animais apresentam maior qualidade de carcaça, não há como chegar.

Em Mirassol D’Oeste, o responsável pelas compras de bovinos da Perdigão, Charles Jean, informou que as compras da empresa na região, que em média chegava a ser 20% do total de bois adquiridos, também foram prejudicadas.

? Não estamos comprando nada daquele local, está impossível transitar ? ressalta.
 
Já na região de Juína (Noroeste), onde o frigorífico Tucura trabalha em média com 750 cabeças/dia, a situação é ainda pior, de acordo com o presidente do Sindicato Rural, Adailton Moreira. Muitas estradas estão intransitáveis devido às fortes chuvas dos últimos dias. Por exemplo, a via que liga Juina a Aripuanã pela Serra Morena ficou fechada durante a terça, dia 22.

? Tive relato de um produtor daqui que vendeu 1.260 cabeças e o frigorífico ainda não foi buscar ? conta.

Moreira lamentou ainda que o leilão de gado organizado pelo sindicato, marcado para esta quarta, dia 23, teve o número de animais reduzido pela metade.

? Esperávamos contar a participação de aproximadamente mil animais, mas a estimativa é de que venham 500 ? explica.

Prejuízos

O Sistema Famato informa que estas dificuldades no transporte podem provocar contusões na carcaça, o que gera prejuízos ao produtor. O estresse, pela demora na chegada do animal ao frigorífico, acarreta ainda em problemas na qualidade da carne, principalmente à maciez e conservação do produto final.

Cana-de-açúcar

Caso a situação das estradas na região de Barra do Bugres continue precária, o escoamento da safra 2010/11 da cana, estimada em uma área de 15 mil hectares no estado, também será comprometido. A colheita começa no mês abril e segue até setembro.

? Esperamos que até o início do corte da cana essas vias estejam recuperadas, caso contrário o produtor terá que arcar com mais este ônus ? pontuou Rogério Romanini.

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