A nova ordem na pequena propriedade onde Rodnei Odácio é capataz é diversificar. Três hectares foram destinados ao plantio de eucalipto, que em consórcio com o pasto, vão garantir duas fontes de renda para o produtor.
? O patrão optou por plantar eucalipto e manter o pequeno rebanho para poder ter renda com o gado e também com a venda de madeira ? explica.
A área ocupada por florestas plantadas em Mato Grosso do Sul cresce consideravelmente. Desde 2005 são cerca de 50 mil hectares por ano, e a expectativa do setor é fechar 2008 com 280 mil hectares cultivados com eucaliptos e pinus.
Parte deste avanço é resultado da chegada de indústrias de papel e celulose, que mesmo ainda em fase de implantação, principalmente na região leste do Estado, já aqueceram a silvicultura. Mas para que a expansão não fique restrita apenas a estes investimentos, lideranças do setor estão elaborando um plano de desenvolvimento, que deve apresentar entre outras medidas a garantia da segurança e da viabilidade de apostar nas florestas plantadas.
Um estudo sobre esse assunto foi apresentado nesta terça, dia 16, para produtores e empresários. Durante dois meses foram avaliadas as potencialidades da silvicultura em Mato Grosso do Sul. O diagnóstico revelou que o cultivo de florestas comerciais no Estado tem tudo para dar certo porque, além do clima favorável, quase 70% do solo ? 25 milhões de hectares ? é adequado para o plantio de florestas.
Essas informações vão ajudar na elaboração do Plano Estadual para Desenvolvimento Sustentável de Florestas Plantadas, que deve ser lançado em 45 dias. O projeto pode garantir a expansão sustentável da atividade, reforçando a expectativa de que em 2015 a área ocupada por eucalipto e pinus em Mato Grosso do Sul seja de aproximadamente 600 mil hectares.
? O plano deve mostrar para o produtor que é seguro investir na silvicultura, mesmo sendo uma atividade no longo prazo ? explica o coordenador da Câmara Setorial de Florestas de Mato Grosso do Sul, Luiz Calvo Ramires Júnior.