Depois de ser implantada em 11 municípios que estão na faixa de fronteira com o Paraguai, chegou a vez de parte da cidade de Corumbá, na fronteira com a Bolívia, também ser incluída na Zona de Alta Vigilância Sanitária. O município tem o maior rebanho bovino do país, com mais de 1,9 milhão de animais, mas a estimativa é de que apenas 70 mil sejam criados na área que terá o controle sanitário reforçado. Parte deste gado está em assentamentos, onde os trabalhos já começaram.
? Até agora foi feita a identificação dos animais dos assentamentos e a previsão é de iniciar o trabalho também nas propriedades maiores ? diz o chefe do Serviço de Defesa Agropecuária de Mato Grosso do Sul, Elvio Cazola.
As medidas na fronteira com a Bolívia serão semelhantes às da fronteira com o Paraguai, como identificação de animais, vacinação acompanhada e controle rigoroso da movimentação do rebanho. Conforme a Superintendência Federal de Agricultura, a diferença está na geografia do local, que conta com uma barreira natural: o rio Paraguai.
A expansão da Zona de Alta Vigilância Sanitária foi uma exigência feita em julho pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), quando a instituição voltou a reconhecer Mato Grosso do Sul como área livre de febre aftosa com vacinação. Para os brasileiros, a preocupação com a Bolívia envolve um ponto central. Diante da crise econômica, o país vizinho praticamente abandonou as políticas de defesa sanitária animal. Coincidência ou não, em janeiro do ano passado os bolivianos voltaram a registrar casos de aftosa, depois de três anos e meio livres da doença.
Na semana passada o Ministério da Agricultura anunciou que mais uma vez irá ajudar a pecuária boliviana. Três milhões de doses de vacina anti-aftosa serão doadas. A intenção do governo brasileiro é que a cobertura vacinal nas regiões de fronteira seja completa.