O pecuarista Arigo João Sversut é dono de fazendas no Brasil e no Paraguai. Há 32 anos cria gado na faixa de fronteira entre os dois países. Ele acredita na eficiência do controle sanitário dos dois lados da linha internacional. Mas, por precaução, vai evitar transportar animais neste momento.
? No meu pensamento não se pode movimentar o gado. Eles estão movimentando normalmente, mas não faço isso. Não sabemos o que vai acontecer. É melhor ficar quieto para não perder nada ? afirma.
O transporte ilegal de bovinos é uma das grandes preocupações das autoridades brasileiras. A presença do exército e de fiscais da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) na fronteira seca com o Paraguai deve inibir o contrabando de gado na região. A orientação é abater todo e qualquer animal suspeito, que não tenha documentos que comprovem sua origem.
A medida visa a proteção sanitária do rebanho brasileiro. Em Mato Grosso do Sul existem pelo menos 800 mil animais na região de fronteira. Desde a implantação da zona de alta vigilância sanitária, extinta em março, todas as propriedades foram georreferenciadas. Segundo a secretária de produção do Estado, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, a movimentação de animais já está sendo monitorada.
O pecuarista José Moacir Turquino é dono de uma fazenda em Eldorado. Ele não gosta nem de lembrar da época dos focos de aftosa em Mato Grosso do Sul, quando teve dois mil animais sacrificados. Hoje o produtor considera a defesa sanitária do Estado a mais eficiente do país, mas cobra a intensificação dos trabalhos na linha de fronteira com o Paraguai.
Outros produtores da região também torcem para que a aftosa fique bem longe do Brasil. Mobilizados, se reúnem para discutir as ações necessárias para evitar que a doença atravesse a fronteira, e torcem para que as lembranças do passado não voltem a acontecer.
– Acesse o site especial sobre a febre aftosa no RuralBR