Segundo levantamento realizado pela Associação de Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), o Estado conta com 120 mil matrizes e a atividade está em plena expansão, o que causa o aumento da geração de dejetos nas granjas de suínos. De acordo com o assessor técnico da Sedraf, Paulo Bilégo, o governo do Estado pretende apoiar a iniciativa, uma vez que o clima favorece a exploração da tecnologia.
? A ideia de biodigestores, gerar energia através de dejetos de animais, é incrível. Por isso, vamos começar a nos movimentar e fazer reuniões com os produtores para traçar um linha de programa e incentivos ? afirma.
Nova Mutum é um dos municípios que possui maior criação de suínos no Estado. E, pelo menos, cinco propriedades já trabalham com o chamado biodigestor. O equipamento gera biogás ? uma mistura de gases produzida por bactérias que digerem matéria orgânica e pode transformar dejetos animais em combustível e energia elétrica.
O produtor Valdomir Ottonelli aposta na tecnologia há seis anos e, no início, investiu cerca de R$ 300 mil, valor que considerou alto, mas vantajoso.
? Em minha propriedade, o biodigestor transforma energia suficiente para a produção e manutenção de suínos ? diz.
A tecnologia do biodigestor é utilizada desde a década de 70, mas somente agora ganhou destaque. De acordo com técnico da Embrapa de Concórdia, Santa Catarina, Airton Kunz, dois fatores foram decisivos para que o sistema conquistasse maior abrangência perante a cadeia produtiva.
? A legislação ambiental, que cobra cada vez mais do produtor a responsabilidade no tratamento dos resíduos e a busca por energias renováveis de baixo custo são fatores determinantes no retorno da utilização do sistema ? aponta.