Demora na liberação para entrada de produtos brasileiros na Argentina afeta, principalmente, os setores têxtil, cerâmico, de tecnologia, de alimentos e de eletrodomésticos.
Quem quiser importar o que quer que seja, na Argentina, é obrigado a apresentar uma declaração juramentada e antecipada à Secretaria de Comércio Exterior do país. A análise do documento para a liberação ou não da compra demora até 15 dias úteis. Como explica o diretor de Relações Industriais da Fiesc, Henry Quaresma, o atraso nos processos dessincroniza as exportações das empresas, principalmente das de médio porte, que utilizam apenas o transporte rodoviário para enviar os pedidos.
O presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Enori Barbieri, diz que as medidas protecionistas podem culminar na abertura de unidades de produção de frango e suínos – hoje importados – na Argentina. Segundo ele, a sucessão de barreiras protecionistas podem chegar a um ponto, em que será imperativo às indústrias catarinenses começarem a produzir no país vizinho.
De acordo com a Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (Abti), a nova barreira argentina já representa US$ 800 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) em produtos que não atravessaram a fronteira na primeira quinzena deste mês. Quaresma, da Fiesc, ressalta que, apesar das intervenções da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), o governo brasileiro ainda não se manifestou contra a medida argentina.