De acordo com o presidente da entidade, Jorge Rubez, a mudança de hábito da população, que antes tomava leite pasteurizado e passou a consumir o longa vida, repercutiu na produção rural.
– Antes recebia mais o pecuarista que produzia maiores volumes. Agora, recebe mais aquele que tem melhor qualidade – diz.
Segundo ele, o produtor recebe atualmente cerca de R$ 1,00 pelo litro de leite de melhor qualidade, respeitando os limites para Contagem Total Bacteriana (CTB) e para Contagem de Células Somáticas (CCS), enquanto o valor pago pelo produto convencional alcança entre R$ 0,75 a R$ 0,80 o litro. Há 15 anos, conforme Rubez, a maioria dos laticínios bonificava apenas pelo volume. Hoje, a prioridade é a qualidade do produto final. O resultado é que o pecuarista com produção média diária de 10 mil litros de leite pode ter remuneração mais baixa do que outro com volume de produção de 300 ou 400 litros por dia.
O estudo realizado pela Leite Brasil constatou, ainda, que o preço médio recebido pelo produtor subiu proporcionalmente mais do que os valores máximos, nos últimos quatro anos. Em janeiro de 2009, o máximo pago pelo litro de leite era R$ 0,95, enquanto a média estava em R$ 0,59. Já em janeiro passado, o mais alto preço do litro foi R$ 0,98, enquanto a média saltou para R$ 0,80.
Rubez acrescenta que a melhoria na qualidade também trouxe reflexos para a indústria e para o consumidor final.
– Os laticínios economizam em manutenção de máquinas e redução de custos com proteínas adicionadas à bebida. O consumidor final tem um produto mais seguro e com os padrões próximos aos de países desenvolvidos – garante.