Melhoria na qualidade do leite eleva rentabilidade do produtor, segundo associação

Entidade divulga estudo baseado nos valores pagos pela bebida nos últimos quatro anosMudança no sistema de cálculo para bonificação ao produtor de leite, que passou a levar em consideração a qualidade do produto final e não apenas o volume produzido, tem garantido aumento da rentabilidade no campo nos últimos anos. A conclusão é de estudo da Associação Leite Brasil, com base nos valores pagos pelo litro da bebida nos últimos quatro anos.

De acordo com o presidente da entidade, Jorge Rubez, a mudança de hábito da população, que antes tomava leite pasteurizado e passou a consumir o longa vida, repercutiu na produção rural.

– Antes recebia mais o pecuarista que produzia maiores volumes. Agora, recebe mais aquele que tem melhor qualidade – diz.

Segundo ele, o produtor recebe atualmente cerca de R$ 1,00 pelo litro de leite de melhor qualidade, respeitando os limites para Contagem Total Bacteriana (CTB) e para Contagem de Células Somáticas (CCS), enquanto o valor pago pelo produto convencional alcança entre R$ 0,75 a R$ 0,80 o litro. Há 15 anos, conforme Rubez, a maioria dos laticínios bonificava apenas pelo volume. Hoje, a prioridade é a qualidade do produto final. O resultado é que o pecuarista com produção média diária de 10 mil litros de leite pode ter remuneração mais baixa do que outro com volume de produção de 300 ou 400 litros por dia.

O estudo realizado pela Leite Brasil constatou, ainda, que o preço médio recebido pelo produtor subiu proporcionalmente mais do que os valores máximos, nos últimos quatro anos. Em janeiro de 2009, o máximo pago pelo litro de leite era R$ 0,95, enquanto a média estava em R$ 0,59. Já em janeiro passado, o mais alto preço do litro foi R$ 0,98, enquanto a média saltou para R$ 0,80.

Rubez acrescenta que a melhoria na qualidade também trouxe reflexos para a indústria e para o consumidor final.

– Os laticínios economizam em manutenção de máquinas e redução de custos com proteínas adicionadas à bebida. O consumidor final tem um produto mais seguro e com os padrões próximos aos de países desenvolvidos – garante.