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Menor uso de tecnologia na pecuária deve gerar concentração, diz Agroconsult

Para a consultoria, que realiza o Rally da Pecuária, aumento dos custos na atividade pode ampliar participação de grandes produtores na venda de gado

Fonte: Assoc. Brasileira de Criadores de Charolês

A possível queda no uso de tecnologia na produção pecuária poderá levar a um movimento de concentração no setor, com maior presença de grandes produtores na venda de gado, disse o analista de mercado Maurício Palma Nogueira, da Agroconsult. Segundo ele, a perspectiva de aumento de 20% dos custos da atividade pode inibir o uso de ferramentas para o aumento de rentabilidade no campo. 

“A tendência é a vida ficar difícil para o pecuarista que não faz uso de tecnologia”, disse Nogueira nesta quinta-feira, dia 7, em São Paulo, durante o lançamento da edição 2016 do Rally da Pecuária, que terá início no próximo dia 11.

Do total de produtores visitados pela equipe do Rally da Pecuária no ano passado, 12% registraram produtividade média acima de 18 arrobas por hectare por ano. O desempenho desse grupo ficou 2,62 vezes acima da média do público total visitado durante a expedição e 7,6 vezes acima da produtividade média nacional, segundo Nogueira. 

“Este grupo tende a ganhar mais fôlego, aumentando ainda mais o volume de animais ofertados”, disse. Ainda conforme Nogueira, um dos objetivos do Rally este ano é levar conhecimento ao pecuarista e abrir debates sobre aumento de produtividade. 

Preço da arroba

Segundo avaliação de Nogueira, o preço da arroba do boi gordo deve se manter firme ao longo de 2016, em torno de R$ 160 em São Paulo – praça referência para o país –, com possibilidade de subir mais, por causa da baixa oferta de animais. “A expectativa é de que o preço seja firme e avance por vários motivos”, afirmou.
Nogueira disse ainda que o custo de confinamento está 30% maior este ano do que em 2015. Um dos principais motivos é o preço do milho, que subiu mais de 50% desde o segundo semestre do ano passado. Apesar deste aumento, ele ponderou que o cenário de hedge, para o pecuarista, é mais favorável este ano, com vendas a termo e contratos futuros na BM&FBovespa. “Mas o pecuarista precisa ter cautela de toda forma.”

Milho

Sobre o milho, o sócio-diretor da Agroconsult, André Pessôa, também projeta preços domésticos firmes para 2016, com leve queda durante a entrada da safrinha no mercado. 
Ele citou que há atualmente diversos fatores que podem influenciar as projeções, como os estoques da China, a safra dos Estados Unidos, os efeitos do clima para a safrinha brasileira e as importações do grão pelos brasileiros.

“O line up da Argentina aponta 700 mil toneladas para o Brasil”, disse. “O melhor momento para aquisição é a entrada da safra no fim de maio e junho, mas me preocupa muito o fim do ano”, afirmou Pessôa.  

Rally

O Rally da Pecuária 2016 deve fazer um levantamento das áreas de cria, recria, engorda e confinamento. As sete equipes técnicas do Rally visitarão propriedades no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Acre. 

No total serão percorridos cerca de 60 mil quilômetros, com a realização de 13 encontros, para discussão de tendências de mercado, cenários e iniciativas para aumentar a rentabilidade na pecuária.

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