Mercado aquecido impulsiona criação de ovinos em Mato Grosso

Pecuaristas se baseiam no avanço genético do rebanho e na conquista de novos produtoresCriadores de ovinos de Mato Grosso estão animados com a atividade. A produção existente no Estado não é suficiente para atender a demanda. Diante disso a expectativa é de crescimento no futuro, baseado no avanço genético do rebanho e na conquista de novos produtores.

Há dez anos a ovinocultura é a principal fonte de renda de uma propriedade em Cuiabá. Atualmente o rebanho é de 300 animais. Menos da metade do existente há uma década, quando somava mais de 800 cabeças. Esta diminuição não representa um corte de investimentos ou a falta de estímulo com a atividade. Segundo o gerente de produção, Jair de Oliveira, a iniciativa demonstra o profissionalismo e a vontade de avançar no melhoramento genético.

A aposta foi em raças reconhecidas principalmente pela habilidade materna e rusticidade. Os cruzamentos entre animais santa inês e dorper garantem mais precocidade, resultado que pode ajudar a impulsionar a atividade no Cerrado.

A estratégia adotada na propriedade ilustra bem o caminho que está sendo seguido pela maioria dos criadores de ovinos em Mato Grosso. Cada vez mais o setor busca ampliar a qualidade dos animais, mesmo que para isso seja preciso reduzir momentaneamente o plantel. O objetivo é produzir de acordo com as exigências do mercado, que hoje está bastante aquecido.

A procura por animais melhoradores alavanca a rentabilidade nas fazendas. Além disso a elevada demanda dos abatedouros e frigoríficos também garante excelentes resultados. Segundo a associação dos criadores, Ovinomat, só em Cuiabá e região são necessários 150 ovinos por dia, porém a atual oferta é suficiente para atender a menos de um terço do que o mercado consome. O presidente da Ovinomat, Leandro Valoes Soares, afirma que os produtores do Estado ainda não tem condições de atender a demanda.

Para aproveitar este cenário o setor precisa expandir. Hoje existem três mil criadores em Mato Grosso. A meta é convencer mais gente a apostar no potencial da ovinocultura no cerrado.

– A atividade é rentável. Um cordeiro de seis meses é vendido por aproximadamente R$ 200,00, diante de um custo de R$ 40,00 – relata Soares.

Se o pedido for atendido e a atividade atrair novos criadores, as projeções otimistas para o futuro poderão ser confirmadas. E em menos de cinco anos, o rebanho poderá saltar dos atuais 1,3 milhão de animais para cerca de cinco milhões de ovinos.