Outros assuntos abordados no seminário foram o avanço crescente da pecuária e a crise na Argentina. Além disso, fizeram parte da discussão os custos, problemas climáticos e o abate indiscriminado de fêmeas. Tudo isso poderá encarecer a produção e elevar o preço da carne para o consumidor, segundo Marques.
Já o gerente executivo da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, André Locatelli, não concorda com a afirmação do secretário. Por outro lado, reconhece que os custos vêm subindo. A raça representa 80% da pecuária nacional de corte.
Certificação da carcaça do boi
O assessor especial do Ministério da Agricultura, Francisco Jardim, disse, durante a Feicorte, que o governo não pode ser o certificador de uma padronização de rendimento da carcaça bovina.
– Essa certificação tem que vir da participação efetiva do setor privado e, se não der certo, tem que ser de um terceiro. Ou seja, tem que haver uma forte integração do setor produtivo. O governo deve deixar de ser controlador nesse assunto – afirmou.
Segundo Ênio Marques, já houve tentativas anteriores do governo de regularizar o rendimento da carcaça.
– Todas as vezes que o Ministério interveio, não deu certo, porque a relação pecuarista-indústria é livre e fechada entre as partes envolvidas. O que vejo é que essas relações precisam ser mais contratuais, para que exija mais comprometimento do mercado e todos ganhem nessa relação – ressaltou.