? O mercado apresentou alguns reajustes nesta semana de começo de mês, seguindo a trajetória normal para o período ? comenta o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias.
A perspectiva de valorização, contudo, não deve passar desta semana, visto que é esperada uma grande entrada de oferta de gado confinado de segundo turno ao mercado ao longo deste mês de outubro, com uma tendência de desvalorização no preço da carne bovina, fator que deve também contribuir para pressionar as carnes concorrentes, como a suína e de frango.
Iglesias sinaliza ainda que a paridade instável do câmbio no momento também pode prejudicar o desempenho do setor no médio prazo, gerando impactos nos negócios no mercado externo e interno.
? Temos uma crise de confiança pelo mundo, o que acaba influenciando o mercado, pois as pessoas temem fazer gastos excessivos. No mercado de commodities esse reflexo é ainda mais direto. Com isso, ninguém sabe ao certo como a demanda mundial por frango e outras carnes irá se comportará no restante do ano. Veja que mesmo com a desvalorização do real frente ao dólar o desempenho das exportações de carne de frango em setembro foi considerado modesto frente a outros meses ? destaca.
De acordo com Iglesias, a recessão nos principais mercados mundiais afeta o Brasil, pois os investidores também deixam de apostar no País e alocam recursos em algo mais seguro, como o dólar, por exemplo, diminuindo a oferta de crédito.
? Por conta disso, não é possível dizer se o Brasil conseguirá ampliar negócios no mercado de frango no médio prazo, ainda que o setor acredite ser possível fomentar melhores vendas no quarto trimestre deste ano ? ressalta.
Os elevados custos de produção também preocupam, conforme Iglesias, na medida que não existe indicativo de queda nos preços do milho e da soja até o final do ano, o que gera um quadro de incerteza ainda maior para o setor.
A análise de preços de Safras & Mercado indica que os preços do frango vivo tiveram alterações ao longo da semana. Em São Paulo o quilo subiu cinco centavos, cotado a R$ 1,95 o quilo. Em Minas Gerais o quilo teve alta de dez centavos, chegando a R$ 2,15.
O preço do frango vivo na integração catarinense subiu de R$ 1,50 para R$ 1,59 o quilo. O quilo foi vendido a R$ 1,60 na integração do Rio Grande do Sul, ante R$ 1,52 na semana passada. No Paraná, o quilo foi cotado a R$ 1,60 na integração (oeste do Estado), alta de dois centavos ante à última semana.
No Distrito Federal o quilo vivo passou de R$ 1,95 para R$ 2,05. Em Mato Grosso do Sul a cotação subiu de R$ 1,85 para R$ 1,95 o quilo vivo. Em Goiás o quilo vivo passou de R$ 1,95 para R$ 2,05.
Em Pernambuco o quilo vivo foi vendido a R$ 2,40, apresentando alta de quinze centavos frente à semana passada. No Ceará a cotação do quilo vivo aumentoou de R$ 2,25 para R$ 2,30, enquanto no Pará o quilo vivo não se alterou, seguindo em R$ 2,40.