O ano começou muito bem, disse o presidente da entidade, Ricardo Merola. Mas já na metade, entre julho e agosto, a situação começou a mudar, e 2008 vai terminar como ninguém deste setor imaginava.
? Num primeiro momento se teve aumento de custo. No segundo, começou a cair o preço da nossa mercadoria, que é o boi. Ou seja, nossa margem ficou mais apertada no final do ano ? conta o pecuarista Marcos Reinach.
A avaliação de final de ano reuniu os maiores criadores do país. Eles fazem parte da diretoria da associação. São pecuaristas de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do sul, região que concentra grande número de fazendas com confinamento. A Asscon integra 50 pecuaristas que trabalham neste sistema e que criam 2,5 milhões de animais desta forma no Brasil.
O confinamento acelera o tempo para abate do animal, mas aumenta o custo da alimentação. O que afetou o desempenho desse segmento em 2008 foi conseqüência da escassez de boi no mercado: aumentou o preço do boi magro no inicio do ano e, no segundo semestre, por causa da crise, houve alta dos insumos e falta de crédito no mercado. Historicamente, este setor cresce até 20% ano. Em 2008, não passou de 1%.
? Se 2009 fechar como 2008 estará de bom tamanho. As perspectivas não permitem aumentar as projeções porque há grãos baratos agora, o que poderia ser um incentivo, só que o boi magro continua caro e o preço do boi gordo futuro segue caindo ? explica Merola.
Marcos Reinach, que é da diretoria da Asscon, tem quatro mil cabeças de gado numa fazenda em Aparecida do Taboado (MS), mas mantém somente a metade em sistema de confinamento. Ele conta que neste ano já perdeu na margem de lucro e sabe que o desempenho dos próximos vai depender do mercado. Mas nem por isso, apesar do cenário de crise, vai parar a criação.
? Tenho que investir porque preciso ter os animais que vou abater no ano que vem ou no outro. Então não posso dar uma freada e esperar.