Há 11 anos que o produtor Vicente Ribeiro, de Jacareí, em São Paulo, cria cabras e, durante quase todo esse tempo, investiu na genética dos animais. No capril, o pecuarista possui 600 cabras de raças consagradas pela produtividade leiteira, como a saanen, que produz por até 10 meses e chega a render 1800 litros de leite.
– Nós importamos alguns, compramos bons animais, fizemos cruzamentos e multiplicação através de transferência de embriões, de fertilização in vitro para fornecer ao país – explica.
Segundo o produtor, a propriedade deve passar por uma reestruturação devido à mudança de foco, que passará da criação de animais voltados para a venda para a produção leiteira. Ribeiro explica que a decisão se deve ao aumento na demanda do mercado. Atualmente, são produzidos no local 180 litros de leite de cabra por dia, mas o objetivo é chegar aos 1000 litros diários dentro de dois anos, conforme o criador. A mudança no perfil da propriedade não é apenas meta, mas fruto do compromisso firmado em um contrato com uma rede de supermercados. Para adaptar a estrutura, aumentar a produção e atuar como fornecedor de leite de cabra in natura, Ribeiro vai investir cerca de R$ 350 mil até 2014.
– Existe uma reestruturação das baias, a construção de uma nova sala de ordenha, mais adequada às exigências sanitárias, e também a instalação de um laticínio- conta.
Produtores e empresários do setor estão confiantes no retorno que o mercado deve dar nos próximos anos.
– Atualmente, nos restaurantes finos e hotéis de luxo se encontra o queijo de cabra, e isso tende a crescer muito porque o mercado tem uma demanda – afirma o diretor de laticínios Pablo França, cuja empresa produz queijo para a alta gastronomia.
Com 200 animais no plantel, o laticínio da família de França processa até 500 litros de leite por dia. Segundo ele, a demanda é tão grande que produziria o dobro se fosse possível.