? De forma unânime, entendemos que as autoridades paraguaias atuaram de forma satisfatória em todo o seu território, com o objetivo de nos deixar mais tranquilos em relação às operações desenvolvidas. Dentre elas, o bloqueio de foco, interdições, sacrifícios de animais e vigilância, não só na região do foco mas no restante do país ? disse o diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA) do Ministério da Agricultura e representante do Brasil no CVP, Guilherme Marques.
Marques elogiou também as informações apresentadas pelas autoridades paraguaias.
? Na reunião tivemos sugestões dos países membros do CVP com relação à condução do processo pelo Paraguai, certamente com o espírito de trabalharmos com uma harmonização de procedimentos, respeitando a soberania de cada um. E todos os países ficaram bastante satisfeitos pelo convite do governo paraguaio no sentido de colaboramos com suas ações e contribuirmos com a investigação em curso. O nosso inimigo não é o Paraguai. É a aftosa e ela é invisível e permanente. Risco zero não existe para o Brasil e para qualquer país do mundo, para qualquer outra doença. Trabalhamos para avançarmos na erradicação de várias enfermidades e em bloco. Esse é o espírito do CVP ? ressaltou o diretor.
Nesta quarta, dia 5, as autoridades sanitárias paraguaias solicitaram ajuda aos países membros do CVP e ao Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa) na investigação da origem do foco de febre aftosa em bovinos. Ainda não há um número definido de especialistas e quais áreas deverão ser acionadas nos países.
Por parte do Brasil, Marques disse que o país poderá colaborar no apoio operacional, no envio de especialistas em doenças, em vigilância, laboratórios, do próprio ministério ou de órgãos estaduais e de comitês científicos de universidades.
? Não consigo estimar o número de profissionais a serem enviados sem ter a posição do Paraguai. Temos limites de profissionais até por conta de demandas internas a serem superadas, como o reconhecimento do território nacional como área livre de aftosa, mas há condições de ajudar o país vizinho e de cumprir o dever como região ? enfatizou o diretor.
Questionado sobre a situação geral do Brasil no combate à aftosa, Marques afirmou que o País “nunca esteve tão preparado para enfrentar essa situação”.
? Desde que houve aftosa em 2005 em Mato Grosso do Sul começamos a levantar e corrigir nossas falhas para poder blindar o Brasil de uma forma que isso não aconteça mais. O que estamos fazendo agora é desafiando e reforçando o sistema que já existia desde então. São medidas de precaução adicional e que não foi somente o Brasil que adotou, mas os outros países também ? declarou.
Dentre as medidas adotadas estão o alerta sanitário dos Estados de Mato Grosso do Sul e Paraná, que fazem fronteira com o Paraguai, e também em Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
? Coincidentemente as medidas estão sendo realizadas juntamente com a Operação Ágata 2, uma mobilização conjunta das Forças Armadas com órgãos como o Ibama e a Receita Federal, que deverá ficar mais 30 dias e pode ser prorrogada por igual período. Não queremos combater a doença com canhões, tanques. É somente para dar mais segurança aos técnicos brasileiros que estão nessas regiões de fronteira ? declarou Marques.
Nessa terça, o representante regional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para a América Latina, Luis Osvaldo Barcos, disse que “o vírus (da aftosa) não é combatido com tanque de guerra, em valas, com canhões, mas, sim, com aplicação de medidas sanitárias, com vacinas, com prevenção, com vigilância.
Para defender a posição brasileira, o diretor do Ministério da Agricultura disse que a Operação Ágata 2 também auxilia os técnicos a entrarem em regiões de mais difícil acesso, além de comunicação via satélite com Brasília.