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Milhares de suínos são sacrificados em unidade de abate nos EUA

O fechamento de fábricas em virtude da covid-19 reduziu em cerca de 20% a capacidade de processamento no país, levando a superlotação das granjas

Uma unidade de processamento de carne suína nos Estados Unidos está sendo usada para o sacrifício de milhares de suínos por dia. Fechamentos de fábricas em virtude da Covid-19 reduziram em cerca de 20% a capacidade de processamento de suínos nos EUA e deixaram criadores com cerca de 100 mil animais por dia que normalmente seriam abatidos.

Com isso, os animais estão superlotando granjas e ocupando o espaço que seria usado para abrigar leitões. Isso está forçando criadores no Meio-Oeste do país a considerar a eutanásia em larga escala. Os animais abatidos estão sendo enviados a graxarias, enterrados ou utilizados em compostagem.

De acordo com levantamento do Itaú BBA, 25% dos frigoríficos americanos estão paralisados por conta de casos de coronavírus entre os funcionários. O consultor de agronegócio da empresa Cesar de Castro Alves explica que isso se deve bastante às características da indústria dos EUA. “O fato de serem plantas bastante grandes, com muitas pessoas e geograficamente concentradas dificulta o bloqueio dos casos”, afirma.

Castro Alves diz que a situação é “desesperadora e muito triste”, pois se trata de um país gigantesco com forte produção e que estava exportando bastante para a china. Agora, “sobra animal e falta fábrica”.

O consultoria lembra que o presidente norte-americano, Donald Trump, está tentando por decreto manter os frigoríficos do país abertos. “Isso vai requerer uma substituição de pessoas e um ajuste que não deve ser simples”, diz. “É difícil imaginar que vá se resolver facilmente, a curva ainda está subindo lá”.

Pode acontecer no Brasil?

As características da indústria brasileira coopera para que o país não siga o mesmo caminho dos Estados Unidos, afirma Castro Alves. Apesar disso, ele destaca que há casos de covid-19 em unidades de abate de aves no Rio Grande do Sul. “É um assunto muito inicial, não dá para dizer se teremos uma grande obstrução de oferta”, diz.

A preocupação a nível Brasil é outra: segundo o consultor, o mercado interno de aves e suínos está bastante complicado, porque os preços das proteínas estão sendo pressionados pela falta de demanda. Alguns já operam no negativo na relação custo da ração vs. preço do animal.

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